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NORUEGA

Ativistas conseguem liminar para impedir caça de lobos

2 de fevereiro de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Ativistas em defesa dos direitos animais garantiram judicialmente a proibição da temporada anual de caça de lobos. Os animais vivem em uma área de preservação e representam uma alcateia ancestral, vital para a sobrevivência da espécie. Os caçadores estão tentando recorrer e conseguir o direito de matar 50 animais que vivem no local, mas sem sucesso. No entanto, a liminar impediu apenas a temporada de 2022, no próximo ano, os animais selvagens podem voltar a ser caçados se nenhuma legislação que os proteja for aprovada com urgência.

A ativista e residente-executiva da organização em defesa dos direitos dos animais Noah, Siri Martinsen, parabeniza o tribunal que concedeu a liminar e se diz aliviada pelos lobos estarem protegidos. “Os lobos estão salvos para este ano, pois a temporada de caça só dura mais duas semanas e depois é a época de reprodução, quando não podem ser baleados”, disse. Ativistas de toda a UE estão apelando pela proibição da caça de lobos, que está levando a espécie à extinção. A Finlândia seguiu o exemplo da Noruega e também suspendeu licenças de caça.

O lobo está na lista vermelha de animais ameaçados de extinção na Noruega. Para proteger a espécie, o governo criou a chamada “zona do lobo” uma reserva específica para os animais viverem que corresponde a 5% do território do país. Nela, os animais podem circular livremente e a presença de seres humanos é proibida, exceto nas temporadas de caça. Três organizações ambientais – Noah, WWF Noruega e Association Our Predators – protegem os animais e lutam para a aprovação de legislações que proíbam a caça definitivamente.

Martinsen acredita que a liminar dará tempo ao governo de reelaborar estratégias mais rígidas para a proteção da espécie. Não é a primeira vez que um tribunal precisa interferir para o cumprimento da lei de proteção à vida selvagem. Em 2020, a organização Noah denunciou que uma família de lobos foi morta dentro da reserva e o juiz concordou que o ato violava a Lei de Diversidade da Natureza, punindo os envolvidos e reforçando a necessidade de uma legislação mais rigorosa. A ativista acusa o governo de ser “hostil” com os animais.

Ela acredita que o governo não tem interesse em fiscalizar e proteger os animais por que quer vê-los mortos. “Eles não querem lobos na Noruega, eles sempre deixaram claro que os lobos não deveriam se reproduzir na natureza”, denuncia. Outros países europeus também introduziram políticas anti-lobo. Caçadores na Suécia já mataram a maior parte de sua meta anual de 27 lobos. Na Alemanha e no Reino Unido também há discussões sobre o tema.

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