Ativistas pelos direitos animais alegam que a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA) de apoiar o uso de “câmaras de gás” para atordoar e matar porcos. Dezenas de manifestantes se reuniram em frente à sede da instituição de caridade em Horsham, cidade na Inglaterra, na quinta-feira (18/04), com cartazes que diziam “RSPCA é a indústria da carne” e “Porcos são pessoas”.

Traduzida para Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra os Animais em português, a RSPCA é uma associação que atua na Inglaterra e em Gales, que em teoria promove o bem estar animal. Entretanto, Joey Carbstrong, ativista australiano que liderou os protestos, afirmou que a RSPCA é cúmplice na “tortura abominável, bárbara e cruel” de porcos por meio de sua marcação de bem-estar em produtos derivados de porco.

Apesar de ser a principal instituição a ser acionada em casos de maus-tratos envolvendo animais domésticos e selvagens no Reino Unido, a RSPCA não é contra a terrível indústria da carne.

A RSPCA já criticou repetidamente o uso de dióxido de carbono para matar porcos. “Instamos o governo do Reino Unido a seguir o exemplo da União Europeia e buscar uma eliminação gradual investindo em pesquisas para encontrar uma alternativa mais humanitária como uma prioridade máxima”, disse um porta-voz da instituição em carta aberta.

No entanto, Carbstrong afirmou que muitos produtos suínos marcados com o selo ‘RSPCA Assured’ – usado em produtos para comprovar que uma fazenda, matadouro ou transportador cumpriu com os padrões de bem-estar animal – são provenientes de matadouros onde o dióxido de carbono é usado para deixar os porcos tontos antes de matá-los.

Em 2018, a RSPCA escreveu uma carta conjunta ao governo com a Compassion in World Farming, um grupo pelos direitos animais, pedindo que a prática fosse proibida até 2024.

Carbstrong argumentou que isso não era suficiente e instou a instituição a dizer às pessoas para não comprarem carne de porco de forma alguma. “Eles sabem que é extremamente cruel, essas câmaras, eles são cúmplices na tortura animal. O CO2 é conhecido há décadas como abominável, bárbaro e cruel”, disse ele. O ativista acrescentou que 90% dos porcos no Reino Unido eram mortos em câmaras de gás.

O australiano disse ainda que o uso do RSPCA Assured era “publicidade enganosa” e “enganava o público”, que associa a organização ao bem-estar animal.