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OBSTINAÇÃO

Ativista que fugiu apenas com os filhos volta à Ucrânia para cuidar de animais em meio a bombardeios

10 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Facebook | Marina Dilly

A ativista Marina Dilly, fundadora da organização Shelter Friend Ukraine, fugiu da Ucrânia logo após a invasão russa levando apenas seus filhos. No entanto, ela os deixou em um abrigo na Polônia e, apesar dos bombardeiros terem se intensificado, ela cruzou sozinha a fronteira ucraniana para proteger os animais que resgatou e acolheu e continuaram na cidade de Dnipro. Dilly tem sob sua tutela cães, gatos, burros, cabras e diversos outros animais, todos salvos de maus-tratos ou do abandono.

Desde que voltou à Ucrânia, ela também tem se dedicado a acolher animais que foram deixados para trás por seus guardiões. Nos últimos 13 dias, ela e uma equipe de voluntários resgatou centenas de animais em situação de vulnerabilidade. A ativista contou ao The Mirror que apesar do medo, muitos cães e gatos estão vagando em meio aos escombros e bombardeios em busca de alimentos. Muitos estão traumatizados, feridos e precisam de atenção especial.

Foto: Reprodução | Facebook | Marina Dilly

Ela disse que o cenário é de puro caos, para animais e seres humanas, todos ainda estão em choque. “Estamos nos acostumando com novas realidades e me sinto muito mal agora por causa de todo o estresse terrível e falta de sono. De Dnipro, há apenas uma estrada disponível agora para as fronteiras da União Euuropeia e esta estrada está cheia de milhares de carros. As outras estão sob combates militares”, explicou a ativista.

Dilly esclarece também que não é tão simples retirar animais pelas fronteiras dos países vizinhos quando há pouca estrutura, dinheiro e veículos adaptados. “A fronteira com a Polônia, Eslováquia ou Hungria fica a 1.200 a 1.350 km de distância. Não me importo com a viagem, mas não podemos dirigir nas principais rodovias e não podemos dirigir à noite – a espera nas fronteiras agora excede mais de 48 horas”, lamentou ao The Mirror.

Foto: Reprodução | Facebook | Marina Dilly

O principal desafio agora é a falta de suprimentos. Ela teme que nos próximos dias não tenha como alimentar os animais resgatados. “O abrigo está se mantendo da melhor maneira possível. Estamos acolhendo todos os animais que encontramos vagando pelas ruas. Estamos superlotados, mas continuamos ajudando. Muitos estão deixando o país e abandonando seus animais domésitocs aqui. Meu telefone não para de tocar”, afirma a ativista.

Ela denuncia ainda que outro ponto pouco abordado é o de criadores de cães de raça para venda, que deixaram o país e abandonaram os animais que exploravam. “Eles são ‘tão generosos’ em me dar ninhadas de graça. Resgatamos filhotes em vários bairros e sete filhotes de rottweiler recém-nascidos de um criador em Kharkov chegam hoje”, contou. A ativista disse que há poucos veterinários na região e muitos animais feridos não sobrevivem.

Foto: Reprodução | Facebook | Marina Dilly

Dilly está sofrendo pela situação dos animais, mas nutre esperanças. “A principal dor é a fome dos animais em situação de rua, animais abandonados desorientados, sirenes contínuas causando estresse e medo, barulhos que os deixam em paz. Quando vencermos e a guerra terminar, primeiro irei à Polônia para agradecer ao povo polonês, que está cuidando dos meus filhos. Vou levar meus filhos para casa e encontrar lares para as centenas de animais necessitados que estão no abrigo”, finalizou.

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