O ator vegano James Cromwell, conhecido principalmente pela interpretação do fazendeiro Hoggett, do filme “Babe”, e de Warden Hal Moores em “The Green Mile”, tem 78 anos e uma invejável vontade de fazer a diferença. Nem a pecha de “ecoterrorista”, que já lhe atribuíram, o incomoda. Pouco o preocupa a iminência de, a qualquer dia, ser enviado novamente para a cadeia por causa de suas intervenções e manifestações em que se acorrenta a alguma propriedade privada ou segura um megafone e discursa sobre a crueldade que infligimos aos animais no nosso cotidiano – diretamente ou indiretamente.
James Cromwell foi preso tantas vezes que já perdeu as contas. Uma de suas campanhas mais bem-sucedidas foi contra a exploração de golfinhos pelo SeaWorld, que gerou comoção internacional. Em entrevista ao The Guardian, publicada no último dia 27, ele disse, em referência aos presos com quem já dividiu a cela: “Todos eles conhecem o meu rosto. ‘Ei, ele é o cara de The Green Mile [No Brasil, À Espera de um Milagre]’. Eu sempre era ‘o cara’”.
A transição do ator para o vegetarianismo ocorreu em 1975, logo depois que ele percorreu o Texas de moto e observou como viviam os animais em confinamento. “Isso é realmente uma porcaria. Não posso fazer parte disso”, ponderou. Depois que retornou da Austrália, após a finalização de “Babe”, que o fez refletir mais profundamente sobre as nossas relações com seres não humanos, Cromwell se viu na obrigação de fazer algo pelos direitos animais. Então iniciou a sua trajetória como ativista.
O ator atuou no resgate de muitos animais, narrou documentários sobre a exploração animal, incluindo “Farm to Fridge”, de 2011, e ajudou santuários. Na visão de Cromwell, negar a um animal o direito à vida e à autodeterminação é uma agressão contra o planeta e todos os seres sencientes. Para o ator, o veganismo é a melhor forma de ajudar os animais.