A ativista climática Greta Thunberg criticou duramente a indústria pecuária da Dinamarca, classificando-a como “catastrófica” e condenando as políticas ambientais do governo por sua insuficiência em mitigar os impactos desse setor. Thunberg, juntamente com o Movimento Jovem Verde da Dinamarca, exige medidas mais rígidas no acordo ambiental que o governo está prestes a negociar, conhecido como Grøn Trepart, que determinará as diretrizes para as políticas agrícolas e ambientais do país nos próximos anos.
Os ativistas pedem que os pecuaristas sejam responsabilizados com um imposto mais alto sobre as emissões de gases de efeito estufa, argumentando que o valor proposto atualmente é insuficiente para enfrentar a crise climática. Além disso, eles criticam as promessas da indústria de investir em soluções tecnológicas para reduzir suas emissões, o que, segundo os críticos, perpetuaria o modelo de pecuária intensiva, altamente prejudicial ao meio ambiente.
Em uma postagem no Instagram, Thunberg destacou que ainda há tempo para fortalecer o acordo e garantir que ele realmente proteja o clima e o meio ambiente. Ela apelou para que a população e os ativistas pressionem os partidos políticos a revisarem as políticas agrícolas, especialmente no que se refere ao aumento do imposto sobre as emissões provenientes da criação de animais.
Em janeiro deste ano, a Dinamarca se tornou o primeiro país a aprovar um imposto sobre as emissões agrícolas, que começará a ser aplicado em 2030. Os agricultores terão de pagar 120 coroas (aproximadamente 17 dólares) por tonelada métrica de dióxido de carbono, valor que aumentará para 300 coroas (43 dólares) até 2035. No entanto, os ativistas consideram essas medidas insuficientes e tardias, diante da urgência da exploração de animais.
Com cerca de 25% das emissões dinamarquesas advindas da agricultura, o país, que é um dos maiores produtores de carne de porco e vaca, enfrenta desafios significativos. A produção de carne bovina, em particular, é conhecida por sua alta intensidade de carbono. Embora o governo tenha publicado um plano pioneiro para um sistema alimentar baseado em vegetais em 2023, a transição para um modelo agrícola sustentável ainda enfrenta resistência e desafios, sobretudo na indústria da carne.
Greta Thunberg e os ativistas insistem que, além de políticas fiscais mais rígidas, é necessária uma transformação completa do setor agrícola animal na Dinamarca para alcançar uma redução significativa das emissões e proteger o futuro climático.
Nota da Redação: é inspirador ver uma jovem lutando pelo futuro do planeta e engajando pessoas em todo o mundo a repensar práticas que impactam a crise climática, no entanto, a melhor solução não é o imposto sobre a pecuária, mas sim a adoção de práticas e atividades que deem fim à exploração animal. Novas economias baseadas em vegetais não só podem salvar o planeta, como também darão fim ao abuso de vidas inocentes para consumo e trarão mais justiça social e saúde para todas as populações mundiais.