O Elephant Nature Park, localizado no norte da Tailândia, foi fundado pela ativista Sangdeaun Lek Chailert que desde a infância tinha o sonho de salvar elefantes explorados para entretenimento humano. O parque resgata elefantes que sobreviveram após serem torturados e negligenciados e oferece a eles uma vida digna, com afeto e respeito.
Quando era criança, Sangdeaun assistiu a uma sessão de tortura imposta a um elefante, que gritava de dor. Comovida com o sofrimento do animal, ela perguntou ao homem que o torturava se o elefante poderia ter um descanso. “Não, ele não tem tempo para descansar, ele descansa quando estiver morto”, respondeu o torturador.
As palavras rudes do homem foram suficientes para Sangdeaun descobrir que desejava dedicar sua vida a salvar elefantes inocentes covardemente explorados e maltratados pelo ser humano.
Os anos se passaram e o sonho da ativista se concretizou. Em parceria com a Green Tours, ela fundou o Elephant Nature Park, santuário que oferece um ambiente o mais semelhante possível do habitat dos elefantes, garantindo bem-estar a eles.
Disposta a trabalhar para ajudar os elefantes a superarem ou ao menos minimizarem os traumas sofridos durante a vida de exploração no cativeiro, Sangdeaun encontrou uma maneira de se comunicar com eles. Ela conversa com os elefantes, canta músicas para eles e oferece o afeto que antes lhes foi negado.
O carinho que a ativista dedica aos elefantes é fundamental, visto que eles chegam no santuário com o psicológico extremamente fragilizado. Mais de 85% são recebidos pelo parque traumatizados e depressivos a ponto de quase perderem a vontade de viver. Isso porque em muitos países asiáticos, incluindo a Tailândia, onde está localizado o santuário, elefantes recém-nascidos são retirados da natureza, covardemente separados de suas mães e colocados em pequenas gaiolas de madeira.
No cativeiro, os filhotes são domesticados para que possam ser explorados pelo turismo local. Essa domesticação é cruel não só por impedir que os elefantes vivam de acordo com seus instintos e vontades naturais, mas também por utilizar de métodos de tortura. Eles são privados de alimentação, são queimados e brutalmente agredidos. Até mesmo o direito a uma noite de sono é negado a eles, já que as gaiolas, extremamente pequenas, nas quais são mantidos, impedem que eles encontrem uma posição confortável para descansar. Esse ritual é chamado de “phajaan”, que, em tailandês, significa “quebra do espírito”.
Após serem submetidos ao cruel ritual, os elefantes seguem sendo explorados e sofrendo diversas privações e maus-tratos para que os torturadores ganhem dinheiro com os turistas, que também são responsáveis pela vida miserável a qual os elefantes são condenados, já que esta prática exploratória que os usa em prol do lucro só existe porque há quem pague por ela. As informações são do portal Histórias com Valor.
Leis rigorosas que tenham o objetivo de proibir a exploração de elefantes, com fiscalização eficaz, são necessárias para que este horror chegue ao fim. Mas não só. É preciso também que os turistas se conscientizem sobre a necessidade de deixar de visitar locais que explorem elefantes ou qualquer outra espécie.
Lamentavelmente, não há prazo estabelecido para que a libertação total dos elefantes ocorra. Enquanto isso, o Elephant Nature Park – uma opção ética para os turistas, já que o parque abre para visitação como forma de arrecadar fundos – segue resgatando, reabilitando e oferecendo um local seguro para os elefantes viverem até o fim de suas vidas, cercados por amor e respeito.
Confira o vídeo abaixo sobre a tortura imposta aos elefantes e a vida deles no santuário (imagens fortes):