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INJUSTIÇA

Ativista enfrenta 5 anos de prisão por salvar galinhas de matadouro

17 de setembro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: @Zoe_Rooster/X

Zoe Rosenberg, uma dedicada investigadora e defensora dos animais do grupo Direct Action Everywhere (DxE), enfrenta a luta da sua vida. Na segunda-feira, 15 de setembro, teve início o “Julgamento do Resgate Perdue” (Perdue Rescue Trial) no Tribunal Superior do Condado de Sonoma, em Santa Rosa, Califórnia. Rosenberg é acusada de resgatar quatro galinhas doentes e feridas do matadouro da Petaluma Poultry, propriedade da Perdue. Se condenada, ela pode enfrentar quase cinco anos de prisão.

Apesar da importância deste caso, a imprensa teve o acesso à sala do tribunal negado. No entanto, resumos diários das audiências (Court Watch) serão publicados no blog do DxE, com atualizações também sendo compartilhadas na conta X do Perdue Rescue Trial, no Instagram do DxE e nas discussões ao vivo do painel da UnchainedTV. Apoiadores são incentivados a comparecer ao julgamento pessoalmente inscrevendo-se AQUI!

Em 13 de junho de 2023, Rosenberg resgatou quatro galinhas — Poppy, Ivy, Aster e Azalea — que estavam sofrendo dentro do matadouro. Ela anunciou publicamente o resgate no mesmo dia, mas só foi presa em 30 de novembro. Em dezembro, os promotores colocaram-na sob o nível mais rigoroso de liberdade condicional pré-julgamento, incluindo uso de tornozeleira eletrônica com GPS, buscas sem mandato e severas restrições de viagem.

Originalmente acusada de vários crimes graves (felonies), Rosenberg agora responde por um crime de conspiração (felony), dois delitos de invasão de propriedade (misdemeanor) e um delito por supostamente ter violado um caminhão de transporte de galinhas. Sua defesa está a cargo de Chris Carraway, do Animal Activist Legal Defense Project, enquanto os promotores do Condado de Sonoma, Matthew Hobson e Jessalee Mills, processam o caso sob a supervisão da Procuradora Distrital Carla Rodriguez.

Antes do resgate, Rosenberg e outros ativistas do DxE reportaram repetidamente às autoridades, ao USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) e às agências locais evidências gráficas de crueldade animal criminal na unidade da Petaluma Poultry da Perdue. Estas incluíam aves presas de costas sem comida ou água e aves com feridas sangrentas. As autoridades não tomaram nenhuma providência. Para Rosenberg, este caso não é sobre negar o que ela fez, mas sobre explicar o porquê.

“No primeiro dia do meu julgamento, o juiz decidiu que minha tornozeleira pode influenciar o júri e ordenou que ela seja removida. Isso acontece depois de quase dois anos sendo monitorada eletronicamente pelo governo. Provavelmente vou removê-la ainda hoje”, compartilhou Zoe Rosenberg em suas redes sociais.

“O juiz também decidiu, lamentavelmente, que não nos será permitido apresentar ou discutir evidências de crueldade animal nas fazendas industriais que abastecem o matadouro da Petaluma Poultry da Perdue. Ele excluiu algumas de nossas testemunhas, incluindo Lewis Bernier e Eva Hamer”, continuou Rosenberg. “No entanto, ele decidiu que podemos contar ao júri sobre as condições em que as galinhas resgatadas estavam e potencialmente até apresentar seus registros veterinários. A cuidadora de animais Carla Cabral será autorizada a testemunhar.”

Hoje, Poppy, Ivy, Aster e Azalea estão prosperando em um santuário de animais não divulgado, vivendo as vidas que quase lhes foram negadas, graças aos cuidados dedicados de sua cuidadora, Carla Cabral.

As motion hearings (audiências preliminares) de segunda-feira definiram aspectos-chave do julgamento. Embora o juiz tenha limitado os testemunhos sobre investigações anteriores e outras instalações, Rosenberg poderá explicar como essas investigações influenciaram suas crenças, incluindo um caso anterior em que a polícia permitiu o resgate de uma única ave ferida chamada Rose.

Este caso testará não apenas a liberdade de Rosenberg, mas também se resgatar animais doentes e feridos será visto como um crime ou como um ato de compaixão. Conforme o julgamento prossegue, o mundo estará observando para ver se a lei ficará do lado do sofrimento ou da misericórdia.

Traduzido de World Animal News.

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