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Ativismo eficiente: motivando as pessoas que estão preocupadas com o meio ambiente a serem veganas

18 de outubro de 2010
6 min. de leitura
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Além de estarem preocupadas com a saúde, há muitas pessoas hoje em dia que estão preocupadas com o meio ambiente. Com essas pessoas, a ligação entre o veganismo e o meio ambiente deve ser muito óbvia.

Confio que os ambientalistas sabem que a maneira como produzem carne é péssimo para o meio ambiente. Se uma pessoa quer ajudar a situação e salvar o planeta, é muito fácil: reduzir o consumo de carne e produtos derivados dos animais, ou melhor, ser vegano.

Conhecemos os fatos e vou fazer um resumo deles, mas o estudo da FDA tem uma investigação muito compreensível que fornece mais detalhes.

Não se pode negar que, para criar os bilhões de animais para fornecer “comida” para a população mundial, é preciso cultivar muitos grãos e usar muita água. Não só isso, os animais precisam de espaço, e isto significa que deve haver muita terra. Sabemos que, infelizmente, o uso de terra para criar os animais está contribuindo para a destruição dos habitats de outros animais. Quando os animais não têm mais lugar para poder viver, eles fogem, e vemos um aumento grande da extinção das espécies, ou uma perda da biodiversidade.

Se algumas pessoas tentarem justificar o consumo de carne com uma frase como: “Mas para cultivar os vegetais usam-se recursos (terra, água) também, só temos de lembrar-lhes de que há uma diferença grande entre o cultivo de vegetais e a produção de carne: o excremento. Os animais sempre vão produzir muito excremento. Isto causa a poluição das águas. Sim, é verdade que se pode usar o excremento como fertilizante, mas a quantidade de animais criados na produção de carne gera um excesso de excremento, que, eventualmente, depois de chover, vai entrar nos rios e poluí-los. Também os animais usam muita água durante a vida.

Alem da poluição das águas, com a produção de carne, temos também a poluição do ar e o aquecimento global. O gado, por exemplo, produz gases com metano e NO2.  O metano causa três vezes mais aquecimento que CO2. Com toda a atenção ao aquecimento global, seria difícil de encontrar um ambientalista que duvidaria do papel que os animais têm nesta equação.

Então, fazer a conexão entre o consumo de carne e a destruição deve ser muito fácil para os ambientalistas. A única dificuldade que eu vejo é que os ambientalistas não estão priorizando o que deve ser feito melhorar a situação. Sei que há muitas coisas que o consumidor pode fazer para ajudar a situação, e não estou dizendo que as sugestões não são importantes: estou de acordo que todos de nós devemos usar menos eletricidade, trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes, conservar e economizar água, usar transporte público etc. Mas acho que os ambientalistas priorizam o que faz mais diferença ao meio ambiente. O que pode fazer uma pessoa para realmente causar um impacto positivo? Ser vegano. Isto é mais importante que o transporte, segundo um estudo de Eschel e Martin na Universidade de Chicago (comparando a dieta vegana com o uso de um carro híbrido).

Não tenho dúvida de que os ambientalistas entendem os motivos para ser vegano ou vegetariano, então por que todos não estão ainda abraçando este estilo de vida? Acho que é uma questão de medo. Quando falei com os ambientalistas no congresso “Bioneers”, ninguém negou os fatos que apresentei sobre a conexão entre o consumo de carne com o meio ambiente. Eles sabem mais que o público em geral sobre os estudos, a ciência, as estatísticas. Eu achei essas pessoas muito bem educadas nos estudos de aquecimento global, dos problemas de poluição, e a ameaça eminente ao planeta. A razão principal que estas pessoas me deram quando perguntei por que ainda não são veganas foi: a percepção da população. Eles me contaram que não querem ser percebidos como radicais e muitos deles veem o movimento de veganismo como um movimento radical. Eles entendem bem que precisamos de mais pessoas adotando um estilo de vida mais “verde” e o argumento principal contra veganismo é que a população não vai querer mudar tanto o estilo de vida. 

Encontrei muitos ambientalistas que entendem a importância de ser vegano ou vegetariano e que adotaram uma dieta a favor do planeta, mas há muitas pessoas que ainda não, porque têm medo de perder o apoio da população. Falei com pessoas que são diretores de ONGs e mostrei que é importante ser um bom exemplo para as pessoas. Não vou doar dinheiro a uma ONG que diz estar trabalhando para salvar a floresta tropical se nas reuniões servem carne. É hipocrisia demais. Disse que, na minha opinião, as ONGs devem ser um modelo e exemplo para os membros e, servindo comida vegetariana/vegana, mostra ao público que a ONG está fazendo todo o possível para educar o público.

Então algumas estratégias que eu achei muito eficientes para motivar as pessoas preocupadas com o meio ambiente incluem:

– Oferecer ser palestrante nas reuniões para ONGs que tratam do assunto do meio ambiente. Como palestrante, pode-se falar sobre a conexão entre o consumo de carne e o meio ambiente. O bom é que a redução do consumo de carne e derivados é algo que cada pessoa pode fazer como parte da solução para salvar o planeta.

– Ter uma mesa com literatura sobre o veganismo e o meio ambiente durante as manifestações ou eventos sobre meio ambiente.

– Escrever cartas aos jornais e políticos mostrando as ligações entre o veganismo e um planeta mais saudável.

– Ser um ambientalista e ser mais ativo nas ONGs que tratam do assunto do meio ambiente. Os ativistas precisam uns dos outros e podemos nos ajudar a favor do planeta.

– Ser um bom exemplo como vegano e ambientalista. As pessoas notam o que fazemos na vida cotidiana, e isto vai ajudar de influenciar as outras pessoas.

– Se uma ONG estiver servindo comida durante as reuniões, sempre devem oferecer trazer comida vegana como uma boa opção a favor do meio ambiente e ajudar as pessoas a saber onde podem achar boa comida vegana/vegetariana.

– Sempre parabenizar as pessoas que estão reduzindo o consumo de carne e derivados. Devemos dar muito apoio às pessoas, e demonstrar agradecimento pela redução de qualquer quantidade vai motivar as pessoas (Lembrar que a redução é um bom começo, e que pouco é melhor que nada: se sete pessoas são vegetarianas um dia por semana, é como se tivéssemos um vegetariano a mais no mundo!).

– Colaborar com as ONGs. As instituições em prol do vegetarianismo/veganismo e direitos dos animais podem convidar os membros das ONGs em prol do meio ambiente para uma reunião. Temos uma meta que compartilhamos: um mundo sustentável sem sofrimento.

Temos mais poder junto com os ambientalistas e quem sabe quanta influência vamos ter um ao outro? É mais fácil optar por uma dieta sem animais que mudar o sistema político-socioeconômico. Como podemos tirar o poder das companhias internacionais agrícolas? Parar de consumir o que produzem: a carne.

Ao final, três vezes por dia temos oportunidade de decidir se vamos ser parte da solução ou parte do problema. Temos de lembrar que os seres humanos não são os únicos que chamam o nosso planeta de “casa” e temos a responsibilidade de fazer tudo que for possível para protegê-lo.

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