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Animais podem sofrer maus-tratos em pet shops

15 de março de 2014
5 min. de leitura
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O mercado de pet shops é um dos que mais crescem no país. Isso mostra que os tutores cada vez mais valorizam seus amigos animais e querem lhes proporcionar o melhor tratamento possível. Infelizmente, também, muitos casos de maus-tratos nesses estabelecimentos terminam em mortes ou sequelas irreversíveis.

Acidentes acontecem, mas a falta de responsabilidade e cuidado está matando e ferindo cães e gatos em todo o país. Evite o pior e fique atento a pequenos detalhes que podem fazer toda diferença para o animal.

1 – Temperatura da água

Mesmo tendo condições de oferecer um banho de água morna, a maioria destes estabelecimentos utiliza água fria por questões de economia, já que os tutores dos animais raramente estão presentes.

2 – Escovões

Durante o banho os animais são esfregados com escovões de cerdas rígidas,aqueles usados para esfregar capachos.
O ideal é ensaboá-los apenas com as mãos,massageando os pelos.

3- Enxutos como objetos

Muitos animais estão usando máquinas com jatos de ar frio ou quente demais, como aqueles que se usam para limpar carros. Você pode imaginar como isto é desconfortável e traumático para os animais?

4- Secadores sem a aprovação do INMETRO

Quanto à secagem dos pelos, esta deveria ser realizada com secadores realmente apropriados para a finalidade,emitindo ar morno e ruídos moderados, não causando prejuízos a sensibilidade auditiva dos animais.
O que se encontra normalmente são secadores fabricados em “fundo de quintal” , verdadeiros canhões demasiadamente barulhentos que nem nós, humanos, conseguimos suportar.

5- Agulhadas nos olhos

Durante a secagem são utilizadas escovas de cerdas muito finas como agulhas. Desta forma estas deveriam ser utilizadas de forma cuidadosa, mas isto infelizmente quase nunca acontece.

O risco destas cerdas pontiagudas entrarem nos olhos é grande, pois os cães recebem escovadas em suas cabeças e também em seus olhos e orelhas de forma vigorosa e apressada.

6- Tesouras sem proteção

Depois de secos, os riscos de machucados são grandes pois o uso da tesoura é feito quase sem nenhuma cautela e muitas vezes por pessoas não habilitadas.

O ideal seria a utilização de tesouras sem pontas ou com protetor, principalmente nas áreas próximas aos olhos.

7 – Pontas de tesoura dentro dos ouvidos

É muito comum estes profissionais enrolarem algodões em pontas de tesouras e colocarem dentro dos ouvidos dos cães para secá-los, o que é muito recriminada pelos especialistas, pois muitas vezes o algodão pode sair sem que o profissional perceba, podendo causar perfurações no tímpano dos animais.

Também é inadequado o uso de substâncias como talcos ou líquidos que não evaporam, o que pode causar otites.

8- Lâmina inadequada

Quanto à tosa higiênica o ideal é a utilização da lâmina n° 10 ou 07, que não causam alergias, irritações ou assaduras na pele dos cães.

É comum usarem a de n° 30 (raspagem máxima e muito agressiva),causadora de vários tipos de lesões.

9- Falta de esterilização 

Quanto às máquinas tosadoras, suas lâminas deveriam ser submetidas ao processo de esterilização após o uso, evitando as doenças dermatológicas contagiosas.

10 – Aplicação de anestésicos indesejáveis

Com efeito sedativo e relaxante muscular. Além de desnecessário e arriscado , o tutor só desconfia quando recebe o animal ainda sonolento.

Há casos de animais que morreram em pets por causa disto, e os responsáveis pelo estabelecimento argumentam que foi um ataque cardíaco.

Na dúvida, leve o animal para autópsia.

11.Micro-ondas para secar os animais

Existem alguns estabelecimentos que utilizam máquinas de secar, onde os animais são colocados no seu interior, sendo emitido o ar quente até a secagem total dos pelos.

Muitos morrem por asfixia ou choque térmico. Alguns sofrem queimaduras na córnea ou em outras partes do corpo.

Há caso registrado pela proteção animal de São Carlos onde o cão teve suas 04 patas torradas dentro de uma clínica veterinária desta cidade.

12 – Fugas de animais

ONGs de proteção animal recebem inúmeras denúncias de tutores de animais que deixaram seus pets para banho ou tosa e na hora de buscá-los recebem apenas uma resposta do tipo: “Infelizmente ocorreu um acidente. Seu cão ou gato fugiu da mesa ou do tanque…”.

Há um caso registrado em Santo André (SP) no qual os tutores deixaram um cocker para banho, e receberam de volta o corpo do animal que havia fugido e fora atropelado.

É comum os animais tentarem fugir destes locais por não gostarem de banho e secagem e para irem atrás dos tutores.

13- Espancamentos ou mortes

Alguns animais ficam agitados ou agressivos durante o banho podendo morder os tratadores.

Existem registros de animais entregues com fraturas devido à pancadas que receberam nestes estabelecimentos.

Em Curitiba uma cadela Yorkshire foi morta por um tosador que se irritou com a mordida do animal. Em São Paulo uma gata morreu devido aos ferimentos feitos com a máquina de tosa e um cão morreu enforcado por ter pulado da mesa de secagem amarrado a uma alça da mesa, sem ninguém estar perto.

Em Santos, um Bernesse morreu quando chegou do banho, devido às horas que ficou no carro do pet no calor. Em Belém do Pará dois cães morreram asfixiados porque foram esquecidos dentro do carro do pet shop…Há ainda muitos outros casos tristes….

Muitas ONGs de proteção animal estão recebendo denúncias de tutores sobre fugas, espancamentos, animais machucados, cortados, anestesiados, mortos e outras irregularidades.

Mais dicas

-Dê preferência aos pet shops com recintos envidraçados onde os tutores possam ver os animais sendo banhados ou tosados
-Sempre que for possível fique junto do animal durante o banho/tosa ou deixe alguém de confiança observando o animal
-Evite o serviço de “delivery” onde o carro do pet pega o animal em casa e o traz de volta
-Se for deixar o animal no pet, veja se tem mais um portão de segurança antes da porta que dá acesso à rua, pague pelo serviço e exija nota fiscal. Recomende aos empregados e donos do pet para ficarem de olho no seu animal, mostre-se interessado e preocupado
-Em caso de acidente faça um BO e abra um processo contra o pet por danos morais e materiais, mas infelizmente isto não vai trazer o animal de volta.

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