Por Antoniana Ottoni (da Redação)
Célebre astronauta russo, titular do recorde mundial do Guinness Book, Valentin Lebedev é um dos mais novos integrantes da indústria aeroespacial que manifesta publicamente sua oposição aos planos da NASA de utilizar primatas em experimentos sobre radiação espacial.
Embora a Rússia tenha supostos planos em ir adiante com a utilização de experimentação animal, Lebedev manifestou sua oposição em uma carta para a Animal Defenders International (ADI) no dia 28 de junho, 2010. Lebedev descreve estes experimentos como “inadmissíveis para razões humanas”. Lebedev, que é atualmente Diretor do Centro Científico de Geoinformação e membro correspondente da Academia de Ciências Russa, alerta que estes experimentos não são necessários, porque “o conhecimento existente oriundo de inúmeras experiências com voos no espaço já é suficiente para prever a influência da radiação espacial nas pessoas”.
A Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos) e a base holandesa da Agência Espacial Européia (ESA) recentemente empreenderam cooperação com o Projeto Marte 500, entretanto, o componente do programa que envolve futuros testes com primatas permanece em intenso debate. Na carta para a ADI de Jean-Jacques Dordain, diretor geral temporário da Agência Espacial Europeia, ele confirmou que a ESA também não apoia experimentação com primatas, explicando que a “ESA diminuiu qualquer interesse em pesquisas com primatas e não considera nenhuma precisão e utilidade para tais pesquisas”.
A presidente da ADI Jan Creamer declarou: “é uma situação lamentável que macacos estejam sendo desperdiçados em experimentos cruéis, desnecessários e injustificáveis. Isto irá aterrorizar os animais, eles irão sofrer de envenenamento radioativo, provocando câncer e danos neurológicos, em experimentos desnecessários em que os resultados já são conhecidos. Nós sabemos os efeitos da radiação. É de conhecimento de todos que a solução para a radiação espacial é a construção de escudos de proteção, e não experimentos fúteis com animais. Até os astronautas se opõem a isto”.