Um grave sinal das mudanças climáticas já pode ser visto do espaço: o desprendimento de icebergs. Esse fenômeno foi observado e fotografado por Andreas Mogensen, astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA) e comandante da atual Expedição 70 da Estação Espacial Internacional (ISS).
Mogensen compartilhou fotos de uma “constelação” de icebergs flutuando no Oceano Atlântico Sul no último dia 3 de dezembro na rede social X.
The tip of the iceberg
I have to admit that if you had asked me before this mission, if you could see icebergs with your naked eye from space, I would have said, “No way”.
Turns out that you can! We have been seeing lots of icebergs lately in the south Atlantic. Perhaps it’s… pic.twitter.com/qGY2CUCSfp
— Andreas Mogensen (@Astro_Andreas) December 3, 2023
“Tenho que admitir que, se você me perguntasse antes desta missão se era possível ver icebergs a olho nu do espaço, eu teria dito: ‘de jeito nenhum’”, disse o astronauta em sua postagem. “Acontece que você pode! Ultimamente, temos visto muitos icebergs no sul do Atlântico. Talvez seja a geometria distinta deles ou talvez o contraste de cor, mas eles são muito visíveis do espaço.”
Segundo Mogensen, ver os icebergs flutuando o recorda das mudanças climáticas, “com as geleiras derretendo a uma velocidade rápida e o aumento do nível do mar.” “Lugares como as Maldivas provavelmente não existirão daqui a 70 anos, tendo sido submersos pelo aumento do oceano”, alerta o tripulante.
Conforme o site Live Science, as fotos tiradas pelo astronauta mostram três icebergs distintamente maiores e vários outros fragmentos que provavelmente se soltaram à medida que as pedras de gelo viajavam pelo oceano.
Para ser classificado como um iceberg, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) considera que a altura do gelo deve ser superior a aproximadamente 4,88 metros acima do nível do mar. Já a espessura deve ser de cerca de 30 a 50 metros, e o gelo cobrir uma área de pelo menos 500 m².
Recentemente, entre os dias 2 e 26 de novembro de 2023, o maior iceberg do mundo, chamado A23a, foi flagrado pelo satélite Copernicus Sentinel-1 girando e se deslocando. Cobrindo cerca de 4 mil km² — mais de três vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro — e com cerca de 400 metros de espessura, o objeto acelerou e está se afastando rapidamente das águas da Antártica, conforme a ESA.
Fonte: Um Só Planeta