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GUERRA INSANA

Assustados com bombardeios, gatos morrem de ataque cardíaco em abrigo na Ucrânia

11 de maio de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

Bombardeios e ataques aéreos estão causando a morte direta e indireta de animais por medo e estresse. Gatinhos acolhidos pelo abrigo ‘Best Friends’, alvo de bombardeios que tiraram a vida de cerca de 260 gatos e 100 cães recentemente, estão morrendo vítimas de ataques cardíacos em razão dos ataques aéreos que a região de Makariv continua sofrendo. Muitos dos animais ainda são bebês e estavam em um recinto especial para reabilitação. Os gatinhos sobreviventes serão transferidos para clínicas veterinárias em locais seguros, longe da poluição sonora trazida pela guerra.

A voluntária Elena Artykhovych afirma que a pressão causada pelas explosões foram devastadoras. “O segundo ataque aéreo explodiu todas as janelas do nosso gatil. Alguns gatos morreram de ataque cardíaco ou tiveram os corpinhos arremessados pelo impacto dos bombardeios”, lamentou. A equipe do ‘Best Friends’ ainda não terminou de localizar todos os cadáveres dos animais, que serão cremados. Ainda há muitos corpos em meio aos escombros do abrigo. Os animais estão deprimidos, assustados e vagam em meio o que antes era o lar deles.

Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

Momento de tensão

Centenas de cães e gatos morreram após o abrigo ‘Best Friends’, próximo à cidade ucraniana de Makariv, ter sido atingido por mísseis russos. Um levantamento feito pelos voluntários que ficaram no país para cuidar dos animais apontam que cerca de 260 gatos e 100 cães não sobreviveram ao bombardeio que destruiu a maior parte do abrigo, que já tinha sido atacado no dia 1º de março e foi reconstruído com a ajuda de organizações e ativistas de outros países.

Elena Artykhovych, uma das voluntárias, conta que o bombardeio foi à noite e pegou todos de surpresa. “Foi um ataque aéreo. Ouvimos o som agudo de um avião e uma terrível explosão. Depois que percebemos o que havia acontecido, imediatamente corremos para abrir os recintos e libertar os animais que estavam cercados pelas chamas”, disse em entrevista ao The Independent. Ontem (10), pela manhã, muitos animais estão vagando entre cinzas e escombros.

Quase todos os recintos foram completamente destruídos. A área onde os filhotes ficavam foi incendiada. Elena afirma que desde o início do confronto houve cinco ataques no total – uma mistura de ataques aéreos e de artilharia – matando gatos, 100 cães e uma cabra. Ela conta que agora os animais ficam soltos, pois além dos recintos estarem destruídos, é mais seguro que os cães e gatos não fiquem presos em caso de novos ataques.

Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

Os muros do abrigo também foram afetados e muitos cães e gatos assustados fugiram em completo desespero. Agora, ativistas estão montando uma operação para transferir os animais sobreviventes para abrigos na Polônia. A administradora do abrigo, Christina Safaryan, fez uma postagem em suas redes desabafando sobre o sentimento de impotência. “A guerra me mata cada vez que há um novo ataque. Dói muito. Eles destruiram meu sonho de dar uma vida digna a esses animais”.

O ‘Best Friends’ fica em uma região de mata, longe do centro urbano e não representa nenhum obstáculo para o avanço do exército russo. Voluntários que estão no local acreditam que a inteligência russa usou drones para mapear a região e atacar o abrigo propositalmente. O abrigo está iniciando uma nova campanha para reconstruir os recintos e alimentar os animais. Os voluntários esperam que até o fim do mês o local estava melhor adaptado para cuidar dos cães e gatos sobreviventes.

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