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Associação se dedica a socorrer animais abandonados em Itabira (MG)

13 de julho de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A relação entre homens e animais existe desde o começo de suas existências. Se na idade da pedra a ligação existente era entre caça e caçador, com a medida do tempo e da evolução do homem, essa relação passou a ser, também, de companheirismo e prestação de serviços. Especificamente em relação aos cachorros, a “visão” deles sobre o homem nunca foi diferente. Líder, companheiro e amigo. O problema é que esses sentimentos nem sempre são uma via de mão dupla. Assim, cada vez mais cães são abandonados nas ruas ou maltratados quando não correspondem às expectativas dos tutores, ou porque fazem bagunça ou simplesmente por se tornarem um peso no orçamento familiar.
É contra isso que a Associação Municipal de Proteção Animal da Região de Itabira (Ampari) luta. Criada em 2012 por causa da superpopulação de animais abandonados e pelos crescentes casos de maus-tratos e problemas da interação homem-animal, a entidade busca promover o bem estar animal e sua convivência harmoniosa na sociedade.
Mesmo como todo empenho, o grupo convive diariamente com a falta de responsabilidade e conscientização da população. “Não precisaríamos estar aqui se os tutores de animais praticassem a guarda responsável”, conta Kelley de Pinho. Além disso, problemas financeiros e o número reduzido de voluntários dificultam as ações. “Sobrevivemos exclusivamente de doações e da venda de alguns artigos, mas muitas vezes só isso não cobre as despesas”, lamenta.
Resgate
Os integrantes do grupo se desdobram para salvar os animais. Kelley conta que ao receber informação sobre um cão necessitado, os membros do grupo vão logo socorrer. “Não somos especialistas. Temos vidas comuns, rotinas rotinas normais e nos unimos para tentar fazer alguma coisa, sair da inércia de morrer de dó ao ver um animal ferido e ir para casa sem fazer nada”, destacou.
Na maioria das vezes, os cães abandonados são dóceis e se entregam aos cuidados ao perceberem que não estão em perigo. Mas existem certos cuidados que precisam ser tomados quando um resgate é feito. Luvas, forros, cordas, guias e focinheiras – mesmo que usadas raramente -, são essenciais para o sucesso da ação, além de garantir a segurança da pessoa e do animal. “Cães com aparência debilitada, feridas expostas, procuramos nos proteger. Dependendo da situação precisamos de um veterinário ou bombeiro para nos ajudar a remover, mas a necessidade já nos fez resgatar por conta própria”, explica Kelley.
Após realizar o resgate com sucesso, o primeiro passo é ter uma avaliação clínica. É preciso avaliar o estado de saúde do animal, possíveis doenças, vacinas e outros cuidados. “A primeira preocupação vai de acordo com a idade do animal. Se é filhote, sempre existe risco de doenças infecciosas, como cinomose ou parvovirose. Exames de sangue devem ser feitos para avaliar o estado geral do animal, bem como exame de leishmaniose”, explica Paulo Lanza, um dos veterinários que auxilia a Ampari.
Exames feitos, chega a parte mais difícil. Encontrar um lar para o animal. A princípio, o cachorrinho vai para um lar provisório, na casa de algum voluntário, já que a Ampari não possui sede própria. O problema é que os voluntários já cuidam de vários cachorros e às vezes é preciso até pagar uma clínica para hospedar o animal.
Em seguida, os animais já saudáveis vão para a adoção. Frequentemente a Ampari realiza feiras com esse objetivo. Para adotar um cachorro, o candidato a dono responde a dois questionários e faz uma entrevista com um voluntário. É preciso ser aprovado e assinar um termo de responsabilidade, que orienta o tutor quanto as suas obrigações de cuidados ao animal. “Já reprovamos adoções e até retornamos cães adotados por falta de compromisso do novo tutor”, conta Kelley.
Candidatos a tutores de cães abandonados precisam ter consciência da responsabilidade e do trabalho que é cuidar desses animais. “Muitos deles carregam consigo traumas advindos de más experiências nas ruas.
Carinho e dedicação são essenciais para quebrar a possível barreira existente entre o animal e o homem”, avalia o veterinário Paulo Lanza. Já a Ampari segue na luta para mudar o panorama atual de animais abandonados e maltratados. O exemplo para a sociedade e autoridades tem sido dado.
“Não é papel da sociedade civil exercer o que é de responsabilidade do poder público. Por outro lado, é nossa obrigação como cidadão ser responsável e consciente, ser caridoso e praticar pequenas ações em prol dos que sofrem e dependem de nós”, finaliza Kelley.
Fonte: De Fato Online

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