Morcego dos Açores, boga portuguesa, freira da Madeira, furo bucho, priôlo, escalo do Mira, lobo marinho, silene rothmaleri, plantago almogravensis ou narciso do Algarve são algumas das 25 espécies que a associação ambientalista Quercus considera exigirem cuidados prioritários de conservação, segundo a agência Lusa.
A associação escolheu 25 espécies (13 vertebrados e 12 da flora), características de algumas regiões portuguesas ou ibéricas e que estão em perigo de extinção, tendo escolhido o Dia Internacional da Biodiversidade, que se assinala no sábado (22), para divulgar a lista.
O lince ibérico, alvo de um programa de recuperação de Portugal e Espanha, é a espécie listada mais conhecida devido às várias iniciativas de sensibilização para a sua conservação e reprodução em cativeiro para posteriormente libertar animais no seu habitat natural.
Paulo Lucas, da Quercus, explicou que o objetivo da iniciativa é “salientar a necessidade e a urgência de se efetuar uma conservação ativa das espécies e dos seus habitats” pelas associações e entidades públicas.
“Ficaram de fora alguns ‘grupos’, como os invertebrados, musgos e líquenes, para os quais o conhecimento científico ainda é insuficiente para a elaboração de listas corretas”, especificou.
A razão mais frequente para a situação de ameaça das espécies relaciona-se com os habitats, afetados pela ação humana ou por alterações naturais.
Entre as espécies apontadas pela associação estão alguns peixes como a boga portuguesa, que se encontra nas bacias hidrográficas do Tejo e Sado, o saramugo, da bacia do Guadiana, o escalo do Mira ou o boga do sudoeste, dos rios Mira e Arade.
Na lista está o priôlo, uma ave endêmica da ilha de S. Miguel, (criticamente em perigo), principalmente devido à perda de habitat favorável, pois a floresta laurissilva é fortemente pressionada por espécies vegetais invasoras, explica a Quercus, acrescentando que está em curso um programa de preservação da espécie.
Igualmente do arquipélago açoriano é o morcego dos Açores e a estrelinha da ilha de Santa Maria, enquanto a freira da Madeira é uma ave endêmica do arquipélago madeirense e é considerada uma das espécies de aves marinhas mais ameaçadas da Europa.
O lobo marinho é uma espécie criticamente em perigo de extinção a nível global, com um baixo efetivo populacional, que surge como residente no arquipélago da Madeira, segundo a Quercus.
Fonte: IOL Diário