Uma dezena de ativistas dos direitos dos animais juntou-se hoje às artes circenses, em frente à Assembleia da República em Lisboa, Portugal, num protesto colorido e ritmado contra a utilização dos animais nos circos.
Os manifestantes atraíam atenções com malabarismos, pandeiretas e palhaços, para mostrar outras formas de fazer circo, sem animais a atuar, no dia em que o Parlamento discute propostas neste sentido.
A manifestação “simbólica” foi convocada pela Acção Animal, que, juntamente com a Liga Portuguesa de Direitos dos Animais (LPDA), promoveu uma petição defendendo a proibição do uso de animais nestes espetáculos que suscitou o debate parlamentar.
“Estamos aqui para mostrar que não é possível os animais terem bem-estar no circo, que é um espetáculo itinerante. Os animais ficam aprisionados toda a vida e são domados com violência física e psicológica. Isso é incompatível com uma sociedade moderna que respeita os animais”, disse à Agência Lusa Hugo Evangelista, da Acção Animal.
O ativista rejeitou os argumentos de empresários circenses que alegam que “os animais fazem parte da família do circo” e das preferências do público, sublinhando que “é duvidoso recolher uma informação do próprio abusador”.
“Não podemos perguntar à pessoa que explora e domina o animal se acha que está a fazer algo errado, obviamente vai dizer que não”, enfatizou, salientando que “as pessoas não precisam de animais para se divertirem” e que os espetáculos de “novo circo” também esgotam.
Quanto às propostas que hoje são debatidas, Hugo Evangelista considera que o projeto de lei “Os Verdes” é o que melhor defende os direitos dos animais “porque proíbe a exibição de animais selvagens e dá um prazo de cinco anos para que os animais domésticos também deixem de ser usados”.
O projeto de resolução do Bloco de Esquerda é “menos ambicioso porque apenas proíbe os animais selvagens, mas poderá eventualmente recolher um maior consenso por parte das outras bancadas”, opinou.
O projeto de lei do PCP, por outro lado, “visa apenas a curto prazo os grandes símios, o que é positivo”, mas poderá beneficiar a longo prazo os restantes animais selvagens, já que proíbe a sua procriação e aquisição, considerou ainda Hugo Evangelista.
Com informações do Diário de Notícias