No dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data, criada em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU), visa trazer atenção da população para problemas ambientais e à importância da preservação da natureza.
Para celebrar esse dia, conversamos com dois artistas que usam a natureza e as cidades como tema de seus trabalhos e, ainda, trazem abordagens importantes sobre meio ambiente para engajar a população e fazer com ela reflita.
Roberta Carvalho é uma artista visual e diretora artística que trabalha muito com intervenção urbana e vídeo-projeção. Logo na adolescência, ela começou a se interessar por arte, mas através da literatura. Seus primeiros trabalhos têm obras que mesclam texto e arte.
Foi em um processo de experimentação que ela tomou gosto por técnicas e tecnologias vindas a partir do uso de um projetor. Desde então, a artista passou a experimentar imagens projetadas na cidade e começou a usar prédios como “tela”.
“O artista é um ser político. Todos nós somos enquanto indivíduos, e o diálogo com a cidade traz possibilidades de discurso e debates sobre a arquitetura e o local onde ela ocorre”, declara Roberta. Quando define um lugar para projetar, a artista questiona possibilidades do uso do local.
Não contente com um espaço estático, Roberta passou a experimentar superfícies vivas como novas telas, englobando árvores e a água. A textura “vívida” tem uma relação ainda mais profunda com a mensagem a ser transmitida.
“Comecei a fazer esses experimentos das projeções envolvida com a ideia de reconhecimento de uma reconexão com a natureza, e até com nós mesmos. Pois somos a natureza”, pontua a artista.
Em 2013, a artista criou o festival Amazônia Mapping, de macro projeções em áreas urbanas de cidades da Amazônia, que buscou debater espaços, a histórias deles e fez com que o olhar de artistas permitisse às pessoas e aos locais da Amazônia ficarem nos holofotes.
Já o artista Eduardo Srur começou seu caminho na arte através da pintura. Ele cursou faculdade de Artes e, desde então, suas obras já apresentavam algum propósito.
O artista ama surfar e foi sua paixão pelas águas que transformou sua arte. Eduardo não conseguia se conformar com a situação dos rios na capital paulista, como o Tietê, e fez um trabalho intitulado Caiaques para que mais pessoas pudessem refletir sobre o não-uso do espaço devido às suas condições.
A proposta do trabalho de Eduardo é fazer uma provocação na sociedade, para que as pessoas reflitam sobre as distorções feitas em relação ao meio ambiente – e que não deveriam ser.
É nítido que a obra de Eduardo tem uma mensagem para que as pessoas saiam da zona de conforto e passem a enxergar o cenário de uma nova maneira, mas acha ainda mais interessante a interpretação aberta que o público faz com essas intervenções.
“É o que proponho com a exposição Vida Livre, pois não é normal termos pássaros em gaiolas, ou um urso polar em um aquário no Brasil, nem girafas, elefantes e macacos presos em um zoológico”, finaliza Eduardo.
Fonte: Revista Casa e Jardim