Por Lobo Pasolini (da Redação)
O mercado de arte funciona como o mercado de ações: quando um setor está em alta, todo mundo investe.
Infelizmente uma das tendências mercadológicas atuais de artistas de pseudo-vanguarda que querem chocar é usar animais e violência contra eles ou elas em suas exposições.
Ouvimos falar do colombiano que deixou um cachorro passar fome em uma exposição. Depois veio o francês que mostrou vídeo de animais sendo marreteados no México. E mais recentemente no Brasil Nuno Ramos teve que remover os urubus da Bienal de São Paulo que ele insistiu em explorar em exposição.
Victor de La Rocque se especializa em galinhas, que ele explora em performances, e já chegou amarrar várias delas no próprio corpo. Segundo Victor, a galinha “é o símbolo de uma perturbação com a brutalidade desmedida, habitual.”
Ele segue agora para Bogotá onde estará explorando galinhas no festival Trampolin Itinerante. Ele atravessará a rua com uma galinha para “esvaziar uma atitude cotidiana”. Ele levará uma galinha a igreja e depois colocará ovos no seu próprio ânus para depois pô-los em “analogia ao modo como as galinhas o fazem”.
Não importa o tipo de arte que se faz. Performance já produziu trabalhos belíssimos nas mãos de Yoko Ono e Marina Abramovic, mas o que Victor de La Rocque faz parece ser, literalmente, o caso de alguém que ouviu o galo cantar mas não sabe aonde.
Usar animais vivos em arte é errado porque o animal não tem opção e provavelmente será machucado, física ou psicologicamente, para o benefício de um ser humano que se acha superior a ele ou ela.
Se Victor quer chocar de verdade, ele deveria usar apenas seu próprio corpo como instrumento. Galinha choca apenas por seus filhotes.
Com informações do Diário do Pará