Há anos, o artista Liang Renchuan visita praias perto de sua casa em Taiwan para coletar pedaços de madeira à deriva, que ele usa para criar obras de arte únicas.
E em cada uma dessas visitas, Renchuan foi acompanhado por seu fiel cão, Hachiko.
Renchuan resgatou Hachiko quando ele era um filhote em situação de rua, há 14 anos, no dia do funeral do pai do artista.
“Ele apareceu na funerária naquela noite”, disse Renchuan ao The Dodo. “Ele se tornou parte da minha família.”
Sempre que visitavam a praia para recolher pedaços de madeira trazidos pela correnteza até a costa após as tempestades, Hachiko prosperava.
“Ele era bem animado, principalmente na praia”, disse Renchuan. “Carregar a lenha era basicamente minha função. Hachiko geralmente só queria brincar.”
Essas eram lembranças muito queridas para ambos.
De volta ao estúdio de Renchuan, Hachiko sempre permanecia ao lado do pai, observando-o trabalhar com atenção e parando para posar para fotos de suas criações.
A presença de Hachiko era sempre bem-vinda.
Naquele espaço repleto de pedaços de madeira à deriva coletados, Hachiko era conhecido até por ocasionalmente criar “arte” em madeira.
Infelizmente, a vida de Hachiko como amiga e assistente de Renchuan não poderia durar para sempre.
No início deste mês, após uma vida longa e feliz, Hachiko faleceu repentinamente no estúdio que dividia com carinho com seu pai.
Seu espírito, porém, não se apagaria tão facilmente.
Sabendo que Hachiko já estava ficando idoso, Renchuan criou isto: uma estátua do cachorro em tamanho real, construída com pedaços de madeira que eles gostavam de coletar juntos na praia.
“Eu queria deixar uma lembrança depois que ele se fosse”, disse Renchuan.
Com a morte de Hachiko, Renchuan decidiu terminar a homenagem ao amado cão — pintando-a com as cores dele e adornando-a com a coleira de Hachiko.
“Quero dizer a ele: ‘Vá e divirta-se. Meu pai estará com você no céu'”, disse Renchuan.
A estátua de Hachiko agora serve como uma homenagem comovente a uma vida tão querida por seu pai, que estava com o coração partido e escreveu:
“Costumávamos ir juntos à praia para apanhar pedaços de madeira à deriva. Agora só posso usar pedaços de madeira à deriva para te trazer de volta.”
A cada futura visita à praia, o espírito de Hachiko certamente também será sentido ali.
Renchuan encontrou consolo em sua forma artística de homenagear a vida de Hachiko, mas outros, menos inclinados à criatividade, podem fazer o mesmo de outras maneiras. Como afirma a Dra. Stephanie A. Sarkis, da Psychology Today , não existe uma maneira errada de lamentar a perda de um animal de estimação:
“Algumas pessoas dirão que você deve ‘se livrar’ de todos os pertences do seu animal de estimação. Outras dirão para você guardar uma foto dele em casa”, escreveu Sarkis . “A questão é: faça o que te conforta… O que te faz sentir melhor é o que funciona.”
Traduzido de The Dodo.
