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Arquiteto retira 57 animais das ruas e faz campanha no interior do Rio

18 de junho de 2015
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Arquiteto cuida de 57 animais em São Pedro da Aldeia (Foto: Mario Tiengo)
Arquiteto cuida de 57 animais em São Pedro da Aldeia (Foto: Mario Tiengo)

De acordo com uma pesquisa inédita feita pelo IBGE, o país possui cerca de 52,2 milhões de cachorros domesticados. Isso aponta que 44,3% dos lares brasileiros possuem cães, uma média de 1,8 cão por residência. Em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio, essa média é muito maior. Pelo menos na casa do arquiteto Mario Tiengo, de 67 anos. Ele abriga 57 animais, 33 cães e 24 gatos resgatados das ruas.
Todos foram resgatados das ruas ou deixados na porta da casa do arquiteto, que virou protetor de animais. Os cães e gatos que moram com ele possuem nome. Vivem divididos em grupos e tem registro no caderno que é uma espécie de livro de registro cartográfico. O amor pelos animais começou quando ainda era criança. Em 1975 resgatou o primeiro cão na rua. O arquiteto está pedindo ajuda para encontrar lares para alguns dos cães. De acordo com ele, a intenção é dar um ambiente mais acolhedor para os animais.
A mais idosa é a Vicka, com 13 anos. O mais jovem é difícil de dizer, pois quase toda a semana ele resgata ou encontra um animal amarrado no portão de casa. Por isso, Mario Tiengo reivindica que o município promova campanhas de castração de animais. Para ele, é uma forma de controlar a população.
“Muitas pessoas vem aqui na porta da minha casa e deixa os animais. Eu recolho, trato, cuido deles e consigo lar. Mas é preciso fazer mais do que isso. As prefeituras precisam promover campanha de castração até mesmo para que pessoas carentes levem seus cães e gatos”, alertou o arquiteto que disse, inclusive, que pode doar projetos de canis, centros de vacinação e castração para as Prefeituras.
Saber como é o dia a dia e conversar com ele é uma tarefa difícil, pois o barulho dos latidos é forte. Para evitar que eles briguem, os cães foram divididos em quatro grupos e o gatos, em três. Ainda assim, é difícil manter a ordem.
“Estou há um mês sem empregada. É difícil encontrar alguém que goste de animais, se dê bem com eles e que tenha disposição para trabalhar com tantos assim”, comentou. E se encontrar uma empregada é difícil, uma companheira é ainda mais. Tiengo revelou que nunca foi casado e que sua vocação pelos animais abreviou alguns relacionamentos.
“Difícil namorar alguém. As pessoas com quem me relacionei sempre terminaram quando voltava para casa com mais um animal debaixo do braço. Fazer o quê? Deixá-los na rua sofrendo e machucados?”, completou.
Agora, o arquiteto busca ajuda para conseguir novos lares para 10 cães. “Consegui um lar recentemente e a pessoa me mandou foto do cachorro em uma casinha, enrolado com um lençol. Isso que quero, que eles tenham carinho e conforto, e não que fiquem presos em uma corrente, tomando conta de terrenos, jogados. Para isso, não doo”, emendou.
Os interessados em adotar, conhecer a casa do arquiteto e até mesmo fazer doações podem ligar para (22) 99963-9963 ou mandar um e-mail para [email protected].
Sobre o questionamento feito pelo protetor, da falta de um projeto de castração popular, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia, por meio de nota, disse que há um projeto tramitando internamente na Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda para a realização da castração gratuita.
Porém, não foi informado quando esse projeto será colocado em prática e onde funcionará. Na mesma nota a administração municipal disse que um levantamento da população canina e felina será realizado, mas também não informou quando.
Fonte: G1

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