Já ouviu falar no Arquipélago de Moleques (SC)? Nessas pequenas ilhas do litoral catarinense, vive um pequeno roedor, um dos animais mais raros do mundo. Quem explica que bicho é este e como ele está conseguindo sobreviver é o repórter Ricardo Von Dorff.
O Arquipélago de Moleques do Sul fica a 14 quilômetros de Florianópolis. As três pequenas ilhas castigadas pelo vento são um santuário para fragatas, atobás e gaivotas. A ilha maior é também o pequeno reino de um dos mais raros mamíferos do mundo: uma espécie de preá que não é encontrada em nenhuma outra parte do planeta.
“O preá de Moleques do Sul está distribuído em uma área muito restrita em termos planetários. São apenas dez hectares. Então, em termos de distribuição geográfica, é muito restrita. Então, é muito rara”, declara o biólogo Carlos Salvador, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O biólogo fez a contagem. São cerca de 40 preás. O espaço apertado e a falta de alimento impedem o aumento da população. Adulto, o preá chega a 30 centímetros e pesa pouco mais de 0,5 kg. A espécie, parente do porquinho da índia, só foi reconhecida recentemente pela ciência.
Mas, afinal, como foi parar no arquipélago? A hipótese mais provável é de que, oito mil anos atrás, com o fim da era do gelo, o nível do oceano subiu muito e o arquipélago, que era o topo de uma montanha ligada ao continente, acabou cercado por água e virou uma ilha. Alguns preás que estavam no local ficaram isolados.
A ausência de predadores naturais na ilha permitiu a sobrevivência dos raríssimos preás de Moleque do Sul. A área é protegida pela polícia ambiental e só pesquisadores são autorizados a desembarcar. “Uma fagulha, uma guimba de cigarro deixada e um animal doméstico, como cachorro ou gato solto, podem dizimar com a espécie que levou oito mil anos para ser criada. Por isso, todo o controle”, afirma o chefe do parque estadual da Serra do Tabuleiro, Alair de Souza.
Assista ao vídeo da reportagem:
Fonte: Portal MS