O Arquipélago das Cagarras, localizado no Rio de Janeiro, será adotado por uma grande empresa, assim que o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) transformá-lo em monumento natural. De acordo com o coordenador regional do órgão no Rio, Rogério Rocco, as negociações estão avançadas. Será a primeira vez no Brasil que uma unidade de conservação terá, já na inauguração, a infraestrutura necessária à gestão, fiscalização e controle.
A área será chamada de Monumento Natural Tim Maia – Ilhas Cagarras, em homenagem à música “Do Leme ao Pontal”, já que a zona de amortecimento da unidade – onde haverá restrições, como a proibição da pesca – abrangerá a zona marinha existente entre os dois pontos cantados na música.
Segundo Rocco, o ICMBio planeja inaugurar a nova unidade em março de 2011, no mês seguinte à realização da última audiência pública, para discutir como será o manejo do monumento natural. Sem querer adiantar o nome da empresa com a qual o ICMBio negocia a adoção, ele deu detalhes do acordo:
“O contrato será de R$ 3,1 milhões por três anos. Na assinatura, serão usados R$ 900 mil para a compra de todos os equipamentos necessários à gestão, como uma embarcação rápida e completa para a fiscalização. O restante será usado para a manutenção da infraestrutura e da equipe de apoio.”
Ele afirma que, com a criação da unidade e a adoção das ilhas, finalmente o mar do Rio terá uma fiscalização efetiva:
“Teremos barco e equipe disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. A previsão é de seis horas por dia de fiscalização. Com isso, será possível evitar crimes comuns na costa, como a pesca de arrasto e com explosivo. Até hoje, o Ibama não tinha como fiscalizar efetivamente por escassez de equipamento.”
Mas dois pontos podem gerar polêmica na próxima audiência pública, marcada para o dia 25 de fevereiro: a proibição da extração de mexilhões do costão do arquipélago e da caça submarina.
Fonte: O Globo