Um homem de 41 anos morreu após ser atingido por um disparo de uma armadilha de caça de animais silvestres, na manhã de ontem (17/09), em um sítio localizado na estrada do Serengue, no bairro Casa Grande, em Biritiba-Mirim, Grande São Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência, Melo caminhava pelo entorno do sítio quando encontrou o dispositivo camuflado no mato. A armadilha estava carregada com um projétil, pronta para disparar contra qualquer animal que se aproximasse. Ao tentar levar o objeto para mostrar ao irmão, a arma disparou e o atingiu na virilha. O homem ainda pediu socorro, mas chegou sem vida ao pronto atendimento da cidade.
A armadilha que tirou a vida de Fábio não foi colocada para atingir um ser humano. Seu alvo era um animal silvestre indefeso. O artefato, projetado para ferir, mutilar e matar, não distingue vítimas. A perda mostra o risco indiscriminado que essas armadilhas representam para todos que têm acesso a natureza.
As armadilhas são instrumentos de tortura. Elas causam sofrimento prolongado, fraturas, hemorragias e uma morte agonizante a gambás, tatus, capivaras, onças e tantos outros seres que simplesmente vivem em seu habitat.
A morte de Fábio Castro de Melo deve servir como um alerta para as autoridades e para a sociedade. Se o dispositivo é capaz de tirar a vida de um homem adulto, imagine o estrago que causa no corpo de um animal. A existência dessas armadilhas é uma afronta não apenas à fauna, mas à segurança pública. Elas transformam áreas naturais em campos minados, onde qualquer passo pode ser o último, seja para um javali, um cachorro ou uma criança.
A Polícia Civil requisitou perícia no sítio e necroscopia no corpo da vítima. A armadilha foi apreendida e passará por análise técnica. O caso foi registrado na delegacia de Biritiba-Mirim como morte suspeita.