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DESMATAMENTO

Áreas não florestadas na Amazônia já perderam quase 11% da cobertura original

Novo conjunto de dados do INPE mostra que destruição de áreas não florestadas no bioma já chega a 30 mil km², área equivalente ao território da Bélgica

9 de maio de 2024
Cristiane Prizibisczki
3 min. de leitura
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Parna dos Campos Amazônicos, unidade de conservação que abriga grandes porções não florestais no bioma. Foto: Gov.br

Além das majestosas florestas, o bioma Amazônico também possui rica formação não florestal. Assim como as florestas, no entanto, tais ecossistemas estão sumindo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as áreas não florestais na Amazônia já perderam 10,7% de sua cobertura original.

Em toda sua extensão, a Amazônia possui 280 mil km² de áreas de campos alagados, lavrados, pântanos, apicuns, formações campestres e rochosas, que correspondem a 6,6% de todo o bioma. É uma área tão grande que, em sua extensão, caberia uma vez e meia o bioma Pantanal.

Segundo o INPE, historicamente, desses 280 mil, 29.812,13 km² já foram derrubados, o equivalente ao território da Bélgica. Os dados fazem parte de um novo conjunto de análises do INPE.

“Até então as formações não florestais não eram monitoradas pelo INPE, não se tinha informação do que estava acontecendo na ocupação. E é uma área de importância ecológica grande, com espécies endêmica”, explicou Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento por satélite do INPE, durante lançamento dos dados.

Historicamente, o estado do Mato Grosso foi o que mais desmatou as áreas não florestais no bioma amazônico. A partir de 2022, no entanto, Roraima passou a figurar no topo da lista, devido ao avanço da agricultura nos lavrados de Roraima.

“Mais recentemente, recebemos a informação de expansão da agricultura na região [não florestal], principalmente na região de lavrado em Roraima, mas a gente não tinha exatamente esse número para poder avaliar. Agora temos e com isso, passamos a monitorar 100% do território brasileiro”, disse Almeida.

Dos quase 30 mil km² historicamente destruídos nas áreas não florestais da Amazônia, o Mato Grosso é responsável por 7,2 mil km² (42,7%) do total, seguido por Roraima, com 3,1 mil km² (18,9%), Pará, com 1,79 mil km² de destruição (10,6%), Rondônia, com 1,72  mil km² (10,3%), Amazonas, com 1,07 mil km² (6,35%), Amapá, com 1,06 mil km² (6,34%), Maranhão, com 543 km² (3,22%), Tocantins, com 261 km² (1,55%) e Acre, com 4,36% (0,03%).

Consolidado do PRODES

Em evento realizado em Brasília nesta quarta-feira, o governo federal também divulgou os dados consolidados do Programa de Monitoramento do Desmatamento (PRODES) – que mede as taxas anuais de destruição dos biomas – nos diferentes biomas brasileiros, corroborando os números divulgados no final do ano passado.

Para a Amazônia, a taxa de desmatamento no período conhecido como “calendário do desmatamento” – período que vai de 1º de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023 – foi de 9.064 km², uma queda de 21,8% em relação aos números de 2022.

Nos 70 municípios considerados prioritários para o combate ao desmatamento, que concentraram 75% da derrubada em 2022, houve queda de 42%, quase o dobro da taxa em toda a Amazônia Legal.

No Pantanal, o desmatamento consolidado no bioma em 2023 foi de 723 km², uma queda de 9,2% em relação à taxa de 2022.

Para o Cerrado, a taxa consolidada já havia sido divulgada em dezembro de 2023: 11.011 km² de desmatamento, um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: ((o))eco

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