Em agosto, 53% dos incêndios registrados na Amazônia, 67% no Cerrado e 89% no Pantanal se deram nesses ecossistemas naturais. Em áreas de desmatamento, onde a vegetação foi removida recentemente, os índices foram de 1%, 3% e 13%, respectivamente, para cada bioma.
Pampa é o único bioma sem aumento da área queimada
O levantamento analisou também os outros biomas do país. Em agosto, 500 mil hectares foram queimados na Mata Atlântica, um aumento de 683% em relação à média anterior. O total queimado entre janeiro e agosto deste ano foi de 615 mil hectares. Quase três em cada quatro hectares (72%) eram de áreas agropecuárias, com a cana de açúcar como a mais impactada, com 215 mil hectares queimados.
Na Caatinga, 51 mil hectares foram queimados entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2023, com 66% das queimadas concentradas em formações savânicas.
Por outro lado, no Pampa, a área atingida por incêndios entre janeiro e agosto de 2024 foi de 2,7 mil hectares, sendo o menor valor dos últimos três anos para esse período. Este padrão está associado com a maior umidade observada na região, com chuvas acima da média para o período.
Área queimada no Brasil este ano mais que dobrou
Com 5,65 milhões de hectares queimados, o mês de agosto responde por quase metade (49%) da área queimada no Brasil desde janeiro deste ano, segundo o monitoramento do MapBiomas.
Essa extensão é equivalente a todo o estado da Paraíba. Na comparação com agosto de 2023, foi um salto de 149% em área atingida, um acréscimo de 3,3 milhões de campos de futebol tocados pelo fogo. O último mês foi o pior agosto registrado na série do Monitor de Fogo.
O levantamento aponta ainda que a área queimada no Brasil este ano mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2023. Com o crescimento em agosto, o total acumulado desde janeiro chegou a 11,3 milhões de hectares – 6 milhões de hectares a mais, ou um crescimento de 116% na comparação com o ano passado.
Quase três em cada quatro hectares (70%) queimados foram de vegetação nativa, principalmente em formações campestres, que representaram um quarto (24,7%) de toda a área queimada no Brasil nos oito primeiros meses deste ano.
“Alguns fatores como a baixa umidade do ar, ventos fortes e presença de material combustível, como matéria orgânica seca, contribuem com a rápida propagação do fogo. Esses eventos trazem graves consequências à saúde da população, à infraestrutura local e ao meio ambiente e medidas mais eficazes de prevenção e controle se fazem necessárias para reduzir os riscos associados ao fogo”, comenta Natália Crusco, coordenadora técnica da equipe da Mata Atlântica do MapBiomas.
- O estado do Mato Grosso concentrou 21% da área queimada no Brasil entre janeiro e agosto deste ano, com 2,3 milhões de hectares.
- Roraima, com 1,99 milhão de hectares (17% do total), e Pará, com 1,56 milhão (14% do total), ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
- Esses três estados respondem por mais da metade (52%) da área queimada no período.
- No Mato Grosso do Sul está o município com maior área queimada entre janeiro e agosto de 2024: Corumbá (616.980 hectares).
- São Félix do Xingu (PA) e Amajari (RR) vêm na sequência, em segundo e terceiro lugares, com 277.951 hectares e 250.949 hectares, respectivamente.
Os três estados que mais queimaram nos oito primeiros meses deste ano ficam na Amazônia – bioma que concentrou 48% de toda a área queimada no Brasil no período: 5,4 milhões de hectares.
Fonte: Um Só Planeta