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ESTUDO

Área degradada cresce e ameaça vida humana no planeta

Solos degradados somam 15 milhões de km2, uma área quase do tamanho da Rússia, e se expandem em cerca de 1 milhão de km2 anualmente.

7 de dezembro de 2024
ClimaInfo
2 min. de leitura
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Foto: Claudio Angelo/Observatório do Clima

O aumento na degradação do solo pode comprometer irremediavelmente a capacidade do planeta de sustentar a existência e o bem-estar humano e ambiental nos próximos anos. É o que aponta o relatório “Stepping Back from the Precipice”, produzido pelo Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), em parceria com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). O estudo foi lançado na 4ª feira (4/11), na COP16 de combate à desertificação.

As principais causas da degradação do solo numa escala sem precedentes no planeta são o desmatamento, a urbanização e práticas agrícolas insustentáveis, como o uso intensivo de insumos químicos e pesticidas e o desvio de água. Solos degradados já somam 15 milhões de km2, uma área maior do que a Antártica e quase do tamanho da Rússia, explica Daniela Chiaretti no Valor. A cada ano o problema se expande em cerca de 1 milhão de km2 no mundo, quase o tamanho do Egito, destaca o Ecowatch.

O estudo pede uma correção urgente de curso para evitar o pior. Os ecossistemas terrestres absorviam quase um terço da poluição de dióxido de carbono causada pelo ser humano. Na última década, porém, relata o Um só planeta, as árvores e o solo perderam 20% da capacidade de absorver CO₂.

As regiões criticamente secas apontadas pelo relatório estão no sul da Ásia, no norte da China, nas Grandes Planícies e na Califórnia, nos Estados Unidos, e no Mediterrâneo. O fato é que um terço da Humanidade agora vive em terras secas, que incluem três quartos da África.

Restaurar as terras degradadas do mundo e conter a expansão dos desertos exigirá pelo menos US$ 2,6 trilhões em investimentos até o final da década, mostra o estudo. Para atingir essa cifra, será preciso fechar uma lacuna anual de US$ 278 bilhões, após apenas US$ 66 bilhões terem sido investidos em 2022, afirmou a ONU.

O relatório tem a liderança do climatologista sueco Johan Rockström, codiretor do PIK. Rockström é o principal autor do estudo de limites planetários, lançado em 2009, que definiu nove limiares críticos essenciais para manter a estabilidade da Terra. A forma como se dá o uso do solo afeta diretamente sete destes limites.

O problema é que seis limites já foram ultrapassados, e dois estão próximos disso – a acidificação dos oceanos e a concentração de aerossóis na atmosfera. Só o ozônio na estratosfera está dentro de um “espaço operacional seguro” graças aos resultados do Protocolo de Montreal, acordo multilateral de 1989 para reduzir os produtos químicos que destroem a camada de ozônio na atmosfera.

Fonte: ClimaInfo

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