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LEVANTAMENTO

Área de extração ilegal de madeira cresce 19% na amazônia em um ano

Levantamento aponta que extensão usada para atividade irregular, que era de 106 mil hectares em 2022, chegou a 126 mil hectares em 2023

10 de outubro de 2024
Demétrio Vecchioli
4 min. de leitura
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Apreensão de madeira ilegal em Uruará (PA). Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

A área utilizada para extração ilegal de madeira na amazônia brasileira cresceu 19% em um ano, mostram dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) apresentados nesta quarta-feira (9).

“Através de imagens de satélite, a gente identifica a exploração de madeira. Não é desmatamento que você claramente consegue ver, mas são traços de retirada de madeira. A partir daí a gente cruza com outros dados e diferencia o que estava licenciado e o que não”, explica Leonardo Sobral, do Imaflora.

A maior parte da extração ilegal (71%) aconteceu em imóveis rurais privados, o que reforça, no entender das organizações, a necessidade de identificar e punir.

“São áreas que a gente sabe onde estão, sabe quem são os donos. É importante que os órgãos ambientais se atentem a isso”, diz Sobral. O anúncio dos dados acontece no auditório do Ibama, responsável pela fiscalização ambiental e a aplicação de penalidades administrativas.

Uma parcela também importante desse desmatamento ocorreu dentro de terras indígenas, especialmente a Kaxarari e a Tenharim Marmelos, ambas em zona de influência da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.

“O que a gente constatou é que a maior parte do avanço da fronteira predatória se concentra no sul do Amazonas, norte de Rondônia. Essa é a região de floresta que está sob maior pressão”, continua.

O aumento da ilegalidade, pelo que mostra o estudo, acontece de forma geograficamente ampla.

“No ciclo anterior, Mato Grosso concentrava 9 de 10 municípios e áreas protegidas nos respectivos rankings de devastação ilegal. Esses postos agora estão ocupados também por regiões do Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, o que mostra quão crônica é a atividade ilegal madeireira na amazônia”, afirma o coordenador de Inteligência Territorial do ICV (Instituto Centro de Vida), Vinícius Silgueiro.

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