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Araras (SP) ganha centro de reabilitação para aves acidentadas e apreendidas

2 de agosto de 2014
3 min. de leitura
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Centro de reabilitação trata animais apreendidos pela polícia ou acidentados (Foto: Reprodução/EPTV)
Centro de reabilitação trata animais apreendidos pela polícia ou acidentados (Foto: Reprodução/EPTV)

Araras (SP) ganhou um centro específico para reabilitação de pássaros silvestres acidentados ou apreendidos em cativeiro. O Centro Pró-Arara recebeu, no último fim de semana, dez araras da espécie Canindé. O local funciona em um antigo zoológico adaptado para cuidar de aves em geral, mas principalmente, daquela que é o símbolo da cidade e que vem sofrendo com o desmatamento e o comércio. Todos os animais recebidos no Centro serão devolvidos à natureza após receber cuidados especiais.

O Pró-Arara tem capacidade para comportar 50 aves. O local possui uma sala administrativa, cozinha para o preparo da alimentação dos pássaros, viveiros e ainda um espaço reservado para educação ambiental. Já a equipe conta com um veterinário, uma bióloga e três cuidadores, além de auxiliares administrativos.

Todas as aves apreendidas pela Polícia Militar Ambiental e pelo Corpo de Bombeiros em Araras e na região serão encaminhadas ao Centro de Reabilitação. As primeiras chegaram de Ribeirão Preto (SP) após uma ação da polícia em represália ao tráfico de animais.

Uma das araras sofreu maus-tratos e também ficou abalada com a viagem, segundo a veterinária Fernanda Senter Magajevski. “Ela começou a apresentar as penas muito ouriçadas. Estava tremendo, o que indica frio e desconforto. Além disso, mostrava-se apática, sempre encostando o bico no fundo da gaiola. Esses sintomas indicam que ela está com algum problema”, disse.

O animal está recebendo tratamento à base de vitaminas até que fiquem prontos os exames de fezes e sangue. Os resultados vão indicar se há ou não uma doença.

Tráfico de aves

Considerada ave símbolo do município, a arara era fartamente encontrada no passado, mas passou a ser vítima do comércio ilegal. O Estado de São Paulo é considerado a principal rota desse tráfico, pois, normalmente, os pássaros são capturados no Centro-Oeste do país para depois serem vendidos na capital paulista.

“Elas vêm em caixas pequenas, sofrendo estresse. Algumas delas já vêm com bico debilitado. Recebemos uma com as penas arrancadas do dorso”, detalhou Fernanda. Quando chegam ao Pró-Arara geralmente as aves preferem as grades aos galhos, um traço típico de quem sempre viveu em gaiolas.

Liberdade

O tempo previsto de reabilitação é de seis meses para cada ave. “Elas vão voltar à natureza quando, por exemplo, se alimentarem adequadamente”, comentou o presidente da entidade, Rogério Caldas.

“Há outros sinais, como um voo rigoroso e um pouso seguro nos galhos. Queremos desenvolver um projeto ambiental complexo, envolvendo floresta, recurso hídrico, vegetação, educação ambiental e a fauna”, completou.

Todos os pássaros tratados no Pró-Arara vão ser soltos com um anel de identificação, que irá proporcionar o monitoramento das espécies. “Além de ter uma preocupação com a sustentabilidade ambiental, para nós é uma satisfação muito grande ter um projeto tão grandioso quanto esse. A intenção é virar referência no Estado de São Paulo”, contou o secretário municipal de Planejamento, Felipe Beloto. O projeto tem a parceria do Instituto Brasileiro de Proteção à Natureza.

Fonte: G1

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