Pelo menos duas vezes na semana, o técnico em eletrônica Nilvan Oliveira, de 56 anos, tem companhias especiais para tomar o café da manhã no apartamento em que mora, no Setor Lago das Brisas, em Caldas Novas, região sul de Goiás. Da janela do 2º andar, ele contempla algumas araras-canindé que costumam pousar em uma árvore e se alimentam de seus frutos.
“Moro aqui há dois anos e elas sempre aparecem, já viraram minhas amigas. Já cheguei a ver um grupo de oito araras se alimentando na árvore, que fica a uns 20 metros da minha janela”, conta.
Segundo Nilvan, as aves aparecem sempre no período da manhã. Após comerem os frutos, elas vão embora. “Elas vivem na natureza e por isso fico impressionado em vê-las na área urbana. Os carros passam buzinando, mas elas não estão nem aí”, afirma.
Coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o biólogo Luiz Alfredo Baptista disse que as araras são aves extremamente sociáveis. Por isso, elas não se importam em se aproximar dos seres humanos.
Ele reforça que, desde que o morador não esteja atraindo esses animais com comida, é uma forma muito saudável de contemplar a natureza. No entanto, o especialista alerta que não é recomendável o contato direto, pois isso pode gerar problemas de saúde às araras.
Além disso, ele lembrou que, de maneira alguma, essas aves podem ser capturadas para o convívio doméstico. Essa prática é considerada crime ambiental, com pena que vai de 3 meses a 1 ano de reclusão, além de uma multa de R$ 5 mil.
Fonte: G1