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AGROTÓXICOS

Araras-azuis morrem e suspeita de envenenamento é investigada em zona rural de Goiás 

Vídeo gravado por moradores mostra as araras no chão, com dificuldade para voar

6 de maio de 2025
Júlia Zanluchi
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Veterinários e agentes ambientais estão tentando descobrir o que causou a morte de duas araras-azuis resgatadas em estado debilitado na zona rural de Carmo do Rio Verde, a 180 km de Goiânia (GO). As aves foram levadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Ibama, mas não resistiram. Uma terceira arara, encontrada desorientada na mesma região, está em tratamento e deve ser devolvida à natureza em breve.

As imagens, gravadas por moradores, mostram as araras no chão, com dificuldade para voar. “Pelo jeito foi envenenada mesmo, elas estão babando”, comenta a mulher que está gravando. O proprietário de uma fazenda chegou a pegar uma das aves com as mãos, indicando a fragilidade dos animais.

Mortes preocupam especialistas

As duas araras resgatadas chegaram ao CETAS em estado grave. “Já estava praticamente em estado comatoso. O animal não vocalizava, não expressava comportamento natural. Mesmo debilitados, eles costumam reagir, mas elas nem se movimentavam”, explicou a médica veterinária Jéssica Rocha, em entrevista à Record.

Amostras biológicas foram enviadas à Universidade Federal de Goiás (UFG) para análise. O laudo deve confirmar se as aves foram vítimas de intoxicação ou de alguma doença.

“Quando mais de um animal é atingido, a primeira suspeita é envenenamento, mas há doenças que se espalham rapidamente. Também pode ser pulverização [de agrotóxicos], apesar de não estarmos na época”, ponderou o biólogo Leo Caetano, do CETAS-GO.

Polícia investiga possível contaminação ambiental

Se o laudo confirmar envenenamento, a Polícia Civil pretende apurar a origem da intoxicação. Agentes da Delegacia do Meio Ambiente já estão na região para identificar possíveis focos de contaminação.

“Qual o produto? Que substância é essa? Tem lavoura por perto? Será que foi agrotóxico? Tudo indica que sim”, disse o delegado Luziano de Carvalho.

Enquanto isso, uma quarta arara, resgatada em outra localidade próxima, recebe cuidados veterinários e deve ser reintegrada à natureza. O secretário municipal do Meio Ambiente, Maxwell Maciel, afirmou que o animal está sendo monitorado e seu estado é estável.

Autoridades aguardam os resultados das análises para tomar medidas cabíveis e evitar novos casos. A morte dessas aves, espécie símbolo do Cerrado, acende um alerta sobre riscos ambientais na região.

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