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EMISSÃO DE GASES

Aquecimento global faz com que Ártico passe a emitir mais carbono do que absorve em 2024

Relatório mostrou que temperaturas do ar na superfície do Ártico em 2024 foram as segundas mais quentes registradas

11 de dezembro de 2024
Redação Brasil de Fato
2 min. de leitura
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Foto: Olivier Morin/AFP

A tundra ártica está liberando os gases de efeito estufa que mantém armazenados há milênios sob seu solo congelado devido aos incêndios cada vez mais frequentes na região, afirmou nesta terça-feira (10/12) a Agência Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (Noaa).

“Nossas observações mostram que a tundra ártica, que está passando por um aquecimento e um aumento dos incêndios florestais, está agora emitindo mais carbono do que armazena, o que agravará o impacto da mudança climática”, declarou o administrador da agência, Rick Spinrad.

O Relatório Ártico 2024 revelou que as temperaturas anuais do ar na superfície do Ártico este ano foram as segundas mais quentes registradas desde 1900.

O aquecimento global tem um duplo efeito nesta região polar. Ao mesmo tempo que estimula a produtividade e o crescimento das plantas, o que remove o dióxido de carbono da atmosfera, também provoca um aumento da temperatura do ar na superfície que causa o degelo do permafrost (tipo de solo que permanece congelado durante todo o ano).

Quando esta camada de gelo subterrânea descongela, o carbono retido debaixo dele é decomposto por micróbios e liberado na atmosfera sob a forma de dióxido de carbono e metano, dois potentes gases de efeito estufa.

A mudança climática provocada pelo homem também está intensificando os incêndios florestais em latitudes elevadas, o que aumentou a superfície incendiada, a intensidade e as emissões de dióxido de carbono.

Os incêndios florestais não só incendeiam a vegetação e a matéria orgânica do solo, liberando carbono na atmosfera, mas removem as camadas isolantes da terra, acelerando o derretimento do permafrost.

Desde 2003, as emissões de incêndios florestais circumpolares atingiram, em média, 207 milhões de toneladas de carbono por ano, segundo a Noaa. Ao mesmo tempo, os ecossistemas terrestres do Ártico continuam sendo uma fonte constante de metano.

“A catástrofe climática a que estamos assistindo no Ártico já está tendo consequências para as comunidades de todo o mundo”, afirmou Brenda Ekwurzel, cientista climática da Union of Concerned Scientists.

“Uma vez atingidos, muitos destes limiares de impactos adversos nos ecossistemas não podem ser revertidos”, acrescentou.

Fonte: Brasil de Fato

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