Um novo estudo estima que, até 2100, pelo menos dois terços das colônias de pinguins-imperadores terá drasticamente diminuído pela metade, se as temperaturas subirem à taxa prevista pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
A perda de gelo marinho reduz a oferta de krill, minúsculos crustáceos parecidos com camarões que povoam o Oceano Antártico e são a principal fonte de alimento dos pinguins-imperadores. Os krill jovens se alimentam de algas que vivem no gelo do mar. Sem o gelo, não há algas e sem algas não há krill.
Conduzido por Stephanie Jenouvrier, biólogo do Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI), o estudo usa dados demográficos dos pinguins da geleira de L’Astrolabe (Terra Adélie), colônia na Antártica que virou tema do documentário A Marcha dos Pinguins (vídeo abaixo).
O estudo é o primeiro a projetar a perspectiva de longo prazo para os maiores pinguins do mundo, visando preencher uma lacuna na compreensão das alterações climáticas e da vida selvagem em uma das partes mais remotas do planeta.
Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Nature, a população mundial de pinguins-imperadores deve reduzir em, pelo menos, 19% até o final do século.
Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, o cientista propõe que a ave receba a classificação de espécie em perigo devido às mudanças climáticas e que áreas de proteção marinha sejam criadas para conservar a espécie.
“Ele pode agir como um exemplo emblemático de um novo paradigma para a conservação de espécies ameaçadas pelas alterações climáticas”, diz.
O pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) é a maior ave pertencente à família Spheniscidae (pinguins). Os adultos podem atingir 1,22 m de altura e pesar até 37 kg.
Eles vivem em média 20 anos e mantém relações de monogamia em série, só tendo um parceiro em cada ano.
Atualmente, o pinguim-imperador está sob consideração para inclusão na Lei de Espécies Ameaçadas nos Estados Unidos. Em 2012, o estado das aves foi alterado de “menor preocupação” para “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Sua espécie é estimada em cerca de 600.000 aves.
Fonte: Exame