Nesse domingo (13/10), milhares de sardinhas apareceram mortas na orla da cidade de Raposa, na região Metropolitana de São Luís. Segundo estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o aquecimento da temperatura do mar, causado pelas mudanças climáticas, é a causa da morte das sardinhas boca-torta na cidade.
O estudo aponta que esse fenômeno da morte dos peixes é registrado desde 2009 e se repete a cada cinco anos.
“Quando a gente pega esses anos em que houve essa mortandade, a gente vê que é sempre em um período de El Niño, altas de El Niño. Então, o que ocorre? O El Niño aquece a água, a água quanto mais quente ela reduz a absorção do oxigênio, então temos menos oxigênio no ambiente. E aí você imagina, altos volumes de um determinado peixe adentrando no estuário pra reproduzir, com menos oxigênio, vai gerar mortandade”, explica Kaio Lima, que é engenheiro de pesca e chefe do Laboratório de Navegação e Investigação Pesqueira da Uema.
A pesquisa sobre a mortandade das sardinhas começou há seis meses, na época os pesquisadores ainda tinham esperança de encontrar uma solução para que os peixes não morressem este ano, o que não aconteceu.
Os especialistas chegaram a analisar outras possibilidades para morte das sardinhas, como pesca irregular, poluição ou envenenamento ambiental, morte pós-reprodução ou até mesmo causa natural. Mas a pesquisa concluiu que nenhuma dessas hipóteses tinha relação com o fenômeno que, também, já foi registrado em outras praias da Grande Ilha, neste ano.