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Aquário americano demonstra equívocos em estratégia para "aposentar" golfinhos

11 de junho de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Conforme publicado recentemente pela ANDA , o National Aquarium de Baltimore (EUA) está adotando uma atitude diferente e pretende “aposentar” oito de seus golfinhos para que possam viver o resto de suas vidas em paz e com o mínimo de intrusão humana.

A decisão é louvável, e é o mínimo que se poderia esperar do ponto de vista do direito desses animais usados para entretenimento humano, porém levantou um problema: onde os golfinhos “aposentados” viveriam? John Racanelli, CEO do National Aquarium, está explorando com a sua equipe a possibilidade de construir um santuário para esses golfinhos. No entanto, sem precedentes para guiá-los, a logística mostrou-se muito complicada. As informações são da Care2.

Tendo passado suas vidas inteiras no cativeiro, os golfinhos mais velhos são provavelmente mal preparados para lidar com a sua liberação no oceano. Com ameaças como derramamentos de óleo, colisões de navios, redes de pesca, vírus e agentes patogênicos, e as águas-vivas, às quais eles nunca haviam sido previamente expostos, enviá-los à própria sorte em águas abertas talvez não seja a melhor opção.

Racanelli lista duas prioridades na criação de um santuário para golfinhos:

– Eles devem ficar juntos como em uma unidade familiar;
– O local deve permitir que visitantes do National Aquarium possam ver os golfinhos mesmo que eles não estejam no Aquário.

A segunda premissa acima mostrou uma ação passível de questionamento, por parte do aquário. Do ponto de vista financeiro, o National Aquarium considera arriscado abrir mão dos golfinhos, que são a grande atração do parque. Por isso, eles esperam que artifícios tecnológicos que mostrarão os golfinhos “aposentados” remotamente sejam interessantes para os visitantes.

Segundo a reportagem, o National Aquarium já reduziu as performances dos golfinhos há alguns anos. “Shows são antiquados”, disse Racanelli. Ao invés de ter golfinhos nadando com uma música ou brincando com uma bola, a equipe do aquário tem colocado ênfase em atividades que os golfinhos praticam naturalmente na vida selvagem, como pular para fora da água e bater na superfície da água com as suas caudas. Quando esse comportamento ocorre, os funcionários do parque explicam aos visitantes por que os animais realizam essas ações na natureza.

De forma geral, frequentadores e funcionários do aquário têm considerado a mudança positiva. Enquanto alguns visitantes reclamem da falta dos shows tradicionais, a maioria parece apreciar a autenticidade da nova experiência, considerando-a não só divertida mas também educativa.

Com um número crescente de americanos percebendo a crueldade de se manter golfinhos e baleias em cativeiro, é provável que, independente do tipo de santuário a ser criado pelo National Aquarium, ele venha a se tornar um protótipo para instalações similares. Embora Racanelli insista que a primeira prioridade seja descobrir como cuidar desses oito golfinhos particularmente, ele acrescenta: “Se descobrirmos uma maneira de fazer isso e levantar o dinheiro para que isso aconteça, eu não posso imaginar que esse modelo não seja oferecido a outros, de modo que seus animais também possam se beneficiar”.

Nota da Redação: É necessário avaliar certas notícias com cautela. O aquário em questão havia anunciado primeiramente que pretendia “aposentar” os golfinhos, porém agora levanta a possibilidade de colocá-los em um local onde poderão ser vistos remotamente por visitantes. Isso representa um passo atrás, pois continuarão sendo explorados de alguma forma. Manter animais realizando atividades que supostamente praticariam na natureza, e mostrar essas práticas aos visitantes atribuindo às mesmas um caráter educativo, também é exploração.

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