Por Graziella Belliato (da Redação)
Ocorreu, recentemente, em Barcelona, na Espanha, a apresentação do livro “Palabras para um toro sin voz”, antologia na qual diversos autores mostram sua rejeição ao espetáculo que consiste em lancear um touro até sua morte, o “Toro de la Vega”. Esta abominável festa acontece todos os anos, no mês de setembro em Tordesilhas, Espanha. O lançamento do livro já havia sido noticiado pela ANDA.
O escritor e co-fundador da organização “Manos Rojas” (Mãos Vermelhas), Julio Ortega, foi o responsável por apresentar a iniciativa em Barcelona. Durante o evento, classificou o torneio como o “padecimento infinito de um ser vivo” e acrescentou que este “espetáculo” ancestral leva uma mensagem de violência à nossa sociedade e as futuras gerações. Julio também disse que o livro nasce com o objetivo de “iluminar o universo escuro que rodeia o ‘toro de la Vega’” e se mostrou convencido de que este evento será abolido, pois, segundo ele, “unidos somos invencíveis”. Ángel Padilla, que, junto com Julio fundou a “Manos Rojas”, insistiu que não deixará de lutar até pôr fim a “esta aberração fora de lugar em uma sociedade moderna”.
Ao lado do jornalista estiveram Carlos Lópèz, presidente da ONG Libera!, José Luis Victoria, escritor e responsável pela Hades, editora do livro, Carlos Azagra, desenhista e roteirista colaborador há mais de vinte anos na revista “El Jueves”, Chesús Yeste, deputado de esquerda no Congresso por “CHA” e Nurio Querol, médica e biológa atuante no mundo de defesa animal. Além disso, Nieves Camarero, ex-presidente da Libera! relatou sua experiência mais profunda no nascimento dos protestos em Tordesilhas contra o torneio “Toro de la Vega”.
Durante a apresentação do livro, Chesús Yuste, deputado do Congresso, anunciou que é o momento de que outros deputados entrem na “Associação Parlamentarista em Defesa dos Direitos dos Animais” para reativá-la e dinamizá-la. Ele acredita que um dos novos trabalhos desta associação será o de conscientizar outros deputados e senadores da barbaridade que é manter o torneio do “toro de la Vega”.
A obra é um grito de razão, justiça e liberdade posto nas gargantas de vítimas que não podem emiti-los. “Palabras para un toro sin voz” é um “BASTA JÁ” a um crime legal considerado cultura e tradição.