As queimadas que atingem o Piauí afetam diretamente os animais silvestres que vivem nesses ecossistemas. Atualmente, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), mantém cinco animais resgatados durante e após os incêndios de 2025.

O espaço, localizado em Teresina, conta com estrutura especializada em triagem, tratamento e reabilitação de animais silvestres.

Segundo o Cetas, os animais recebem tratamento intensivo e encontram uma nova oportunidade de vida. Entre os pacientes estão um filhote de gato-mourisco, um filhote de gato-palheiro, dois jabutis e uma jovem onça-parda, batizada de Nazaré, em votação popular, que se tornou símbolo de sobrevivência.

O felino jovem chegou ao centro debilitado, desnutrido e bastante assustado, mas vem apresentando evolução positiva sob acompanhamento da equipe técnica.

“Quando ela chegou, pesava bem menos do que o ideal e demonstrava sinais claros de exaustão e fome. Hoje já conseguimos ver nela o brilho de quem está se recuperando. É um trabalho diário, que exige paciência, técnica e muito afeto”, relatou Danielle Melo, gerente de Fauna e Proteção Animal da Semarh.

A Gerente explicou que o local funciona como um hospital e centro de reabilitação, onde veterinários e biólogos atuam para devolver à natureza animais que perderam o rumo após os incêndios.
Porém, a reintrodução leva tempo e nem sempre é possível.

“Cada perda é um alerta sobre a urgência de prevenir os incêndios, e não apenas combatê-los”, destacou Danielle.

Atualmente, quase 200 animais estão no local, passando por algum tipo de reabilitação para retornar à natureza. A maioria é vítima de maus-tratos ou foi resgatada do tráfico. “O que fazemos aqui é devolver dignidade. Esses animais não escolheram estar no fogo, mas nós podemos escolher cuidar deles com responsabilidade”, reforçou a gerente.

Fonte: Cidade Verde