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Após período de recuperação, cadela Vida será adotada

22 de março de 2014
4 min. de leitura
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Foto: A Tribuna
Foto: A Tribuna

Os dias de dor e sofrimento finalmente chegaram ao fim. Quase 40 dias após ter sido encontrada debilitada e agonizando no Cemitério da Areia Branca, em Santos, a cadela Vida ganhará, na próxima semana, um novo lar.

O proprietário de um petshop na Vila Belmiro foi o escolhido para dar uma chance de recomeço ao animal da raça pit bull. Na quarta-feira, Vida será o mais novo membro da família de Carlos Leonardo Correa Sales.

Feliz, ele conta que acompanhou a história da cadela desde o começo. “Vi na TV uma matéria sobre o que tinha acontecido com ela e, na hora, já pensei em adotá-la. Fiquei muito comovido. Apesar do sigilo da clínica onde ela estava sendo tratada, descobri o local e fui visitá-la. Acompanhei toda a recuperação do animal. Tenho muito carinho por ela”, afirma.

Escolhido

A responsável pela Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Codevida), Leia Abreu, afirma que, inicialmente, centenas de pessoas tinham interesse em adotar a cadela.

“Isso ocorreu enquanto ela estava na mídia, mas isso é normal. Já estamos acostumados. Nos últimos dias, só tinha ele (Carlos Leonardo) e uma pessoa de Brasília em condições de adotá-la. O novo tutor é apaixonado por pit bulls e acompanha a história da Vida desde o começo. Ele tem espaço em casa, equilíbrio e condição financeira para dar continuidade ao tratamento dela. A Vida ganhou na loteria”.

Recuperação

No dia 12 de fevereiro, a cadela foi resgatada em cemitério com anemia profunda, edema cerebral e fratura na mandíbula. O animal tinha sido arrastado com uma corrente e arremessado para dentro do local. Ao perceber que vizinhos viram toda a ação criminosa, o agressor fugiu do local.

A recuperação de Vida não foi fácil. A cadela mobilizou fãs de animais do Brasil e de outros países, que doaram uma ração especial, necessária para reverter o quadro de desnutrição em que ela se encontrava.

A pit bull foi ainda submetida a uma cirurgia de reconstituição da mandíbula. A operação era arriscada, uma vez que o animal apresentava um quadro grave de aceleração cardíaca.

O último eletrocardiograma, aberto nesta sexta-feira pela responsável da Codevida, trouxe boas notícias. “Ela não tem mais nada de grave no coração. Se recupera bem a cada dia”.

Sob os cuidados de Carlos Leonardo, Vida dará continuidade ao tratamento cardiológico que precisa. “Minha esposa é veterinária e acompanhará o animal. A Vida será cuidada em tempo integral”, garante o novo tutor.

Apaixonado por pit bulls

Em casa, além da esposa e da filha de 5 anos, Carlos Leonardo divide o espaço com três pit bulls. Fã da raça, um dos animais, inclusive, foi adotado no local onde Vida foi acolhida. “Adotei a (cadela) Beth graças à Vida. A Beth ficou cinco anos para adoção na Codevida. Quando fiquei sabendo disso, fui lá e adotei”, conta.

Com relação à agressividade, muitas vezes associada aos cães da raça pit bull, Carlos Leonardo afirma ser preconceito por parte de quem não convive com animais da raça. “Os cães tem contato com minha filha de 5 anos, assim como a Vida. São super carinhosos”, garante.

Nos primeiros meses, Vida vai morar no comércio com o pai de Carlos Leonardo. “Acho que ainda é cedo para colocá-la com os outros cachorros. Ela vai aos poucos se acostumar. Passo o dia todo lá, minha esposa e filha também”, afirma o dono.

Adoção de cães adultos

O novo tutor da cadela Vida reforça a importância da adoção de animais, em especial os adultos e de raças que normalmente sofrem preconceito por serem estereotipadas como violentas. “As pessoas têm muito preconceito. Muitos que querem um animais, buscam os filhotes. É preciso dar uma chance, oportunidade e carinho para qualquer animal”.

Carlos Leonardo aproveita para desmistificar a associação entre os pit bulls e violência. “O cachorro é um reflexo do tutor, independente da raça. Se o animal for criado com carinho, nenhum tipo de violência vai ocorrer”, afirma.

Fonte: A Tribuna

 

 

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