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RESILIÊNCIA

Após incêndios florestais, Cerrado dá sinais de recuperação

A volta das chuvas fez com que pequenas plantas começassem a crescer rapidamente e novas folhas brotassem em árvores no Cerrado

5 de novembro de 2024
Alessandro Di Lorenzo
2 min. de leitura
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Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Cerrado é considerado a savana com a maior riqueza de espécies do mundo. O bioma cobre quase um quinto de toda a superfície do Brasil e foi palco de uma série de grandes incêndios florestais nos últimos meses.

No Parque Nacional de Brasília, por exemplo, as chamas devastaram 1.470 hectares de vegetação apenas em setembro. Felizmente, este é um dos locais mais resistentes do planeta e já dá mostras de recuperação.

Bioma apresenta grande resiliência

  • Cientistas explicam que o Cerrado desenvolveu uma alta resistência às chamas e às altas temperaturas ao longo de milhares de anos.
  • O sistema radicular profundo existente no local age como uma “bomba” que suga a água subterrânea mesmo durante a seca extrema.
  • Enquanto isso, acima do solo, a casca grossa das árvores e as cascas dos frutos atuam como isolantes térmicos.
  • Mesmo que as temperaturas cheguem a 800ºC, a vegetação pode sobreviver.
  • E é isso o que está acontecendo.
  • Após os fortes incêndios, as primeiras chuvas possibilitaram que grama e pequenas plantas começassem a crescer rapidamente, e novas folhas brotaram em árvores carbonizadas no Parque Nacional de Brasília.
  • As informações são do Phys.org.

Mudanças climáticas ameaçam o Cerrado

Apesar desta capacidade de regeneração, especialistas alertam que o Cerrado está vulnerável às mudanças climáticas. Com secas extremas cada vez mais frequentes, a resiliência do bioma enfrenta um grande desafio.

A resistência que as plantas e os animais têm a qualquer tipo de fogo foi desenvolvida ao longo de milhões de anos, mas as mudanças climáticas ocorrem em questão de décadas. Nenhum organismo pode se adaptar tão rapidamente, destacam os cientistas.

O Cerrado ainda é crucial para o abastecimento de água de grande parte da América do Sul. O bioma abriga as nascentes de alguns dos maiores rios e aquíferos do continente. Mas até isso está em perigo.

Com a estação chuvosa começando cada vez mais tarde a cada ano e a quantidade de chuva diminuindo em 8%, em média, nas últimas três décadas, o fluxo dos rios caiu 15% na região. Tudo isso liga um alerta: se os incêndios florestais se tornarem mais frequentes muitos ecossistemas simplesmente irão desaparecer, causando impactos dramáticos no nosso planeta.

Fonte: Olhar Digital

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