Após uma semana de fogo intenso que atingiu 80% do santuário do Instituto Arara Azul na fazenda Caiman, em Miranda (MS), os pesquisadores voltaram mais uma vez a campo para checar os impactos sobre as aves. Para felicidade da equipe do projeto, um dos ninhos averiguados na segunda-feira (12) continha um filhote recém-nascido, que teve a caixa-ninho intocada pelas chamas e sobreviveu.
Foi o primeiro filhote registrado na temporada reprodutiva de 2024. Após a incidência do fogo, as araras-azuis voltam aos ninhos para checar os ovos ou mesmo pôr novos. Área de proteção e pesquisa é considerada a maior do mundo dedicada a esta espécie.
Os pesquisadores do instituto monitoram todos os ovos da temporada, e neste caso esperavam para saber da viabilidade de eclosão, quando nasce um filhote. Os incêndios causaram perdas de dois ovos dos 21 que vinham sendo monitorados.
Durante o trabalho da equipe, que sobe nas árvores para checar os ninhos, as araras acompanhavam de perto o movimento próximo de seus ninhos.
“Muito feliz. É o primeiro filhote depois do fogo, um filhote que traz muita esperança pra gente”, afirmou a veterinária Maria Eduarda Monteiro.
“Apesar do fogo, e tudo que passou, ele tá bem, com o papo cheio, e os pais estão aqui do lado. Já vou liberar aqui para ela poder vir cuidar do filhote”, narrou o assistente de campo Lucas Rocha.
Após incêndios de grande porte, o trabalho do instituto passa por monitorar os ninhos e também levar fontes de alimento e água para as aves, uma vez que as frutas disponíveis foram queimadas e a água é escassa. O Pantanal passa por sua maior seca em 70 anos, de acordo com o governo federal.
A base de Caiman do Instituto Arara Azul opera desde 1998 na fazenda, que é uma área particular que contém pousadas e também uma área de reserva permanente, além de apoiar outros projetos de conservação da fauna pantaneira.
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Fonte: Um Só Planeta