Depois da morte de dois animais este ano vítimas de envenenamento no Parque Estadual de Dois Irmãos, em Recife (PE), a direção do zoológico iniciou na semana passada a instalação de câmeras de vídeo para dar mais segurança aos animais que vivem confinados no local. Por orientação da Secretaria de Estado da Defesa Social, o número de câmeras e os locais de instalação não foram divulgados.
O parque também anunciou que todas as espécies vão receber chips eletrônicos rastreados por GPS para localizar animais que fogem do local. A instalação dos chips deverá ocorrer em março de 2012. Entre 2009 e 2011, o parque registrou uma média de fuga de sete animais por ano, entre aves, répteis de pequeno porte e pequenos mamíferos da Mata Atlântica.
A instalação das câmeras atendeu a uma recomendação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Depoma) depois que foram comprovados os óbitos de dois veados catingueiros, ocorridas nos dias 18 e 27 de junho, em decorrência da ingestão de veneno.
Amostras dos corpos dos animais, retiradas por meio de necropsia, enviadas para o Centro de Assistência Toxocológica (Ceatox), em São Paulo, apontaram a presença de carbamato e organofosforado –substâncias utilizadas na produção do veneno para matar ratos.
Segundo a delegada Verônica Azevedo, com a morte dos dois veados sobe para 11 o número de animais que foram envenenados no local nos últimos dois anos.
“No ano de 2009 ocorreu uma matança de animais vítimas de chumbinho. Foram nove mortes. As mortes de animais que ocorreram em 2010 não foram por envenenamento, mas já este ano foram comprovados dois envenenamentos que resultaram nos óbitos de dois veados catingueiros. Como o zoológico não tinha circuito de imagens, até agora não se sabe quem colocou o veneno para matar os animais: se foram visitantes ou até mesmo pessoas do parque”, afirmou a delegada.
Segundo o zoológico, nos últimos três anos foi registrada uma média anual de 48 óbitos e 90 nascimentos. O zoológico abriga 620 animais.
Bioparque
O Parque Estadual de Dois Irmãos deverá passar por uma série de mudanças para modernização dos cativeiros e ampliação dos espaços. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o zoológico vai adotar o modelo de bioparque –com ambientes maiores e espaços integrados com a mata existente no local.
As atuais estruturas de concreto e ferragens vão ser trocadas por vidros-filme, as cercas serão revestidas por rochas artificiais e vegetação típica dos respectivos habitats das espécies em cativeiro, formando cenários que imitam os ambientes naturais.
Fonte: UOL Notícias
Nota da Redação: Zoológicos são verdadeiros campos de concentração que confinam animais em ambientes hostis e artificiais, causando-lhes apenas sofrimento, angústia e solidão – sentimentos que a espécie humana conhece bem. Lugar de animal é livre na natureza.