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Após deslizamento de barrancos, animais sofrem com o abandono em Porto Velho (RO)

21 de março de 2012
3 min. de leitura
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Cães e gatos sofrem a falta de seus tutores (Foto: Reprodução)

Um grande o número de cães e gatos foram abandonados no bairro Triângulo, em Porto Velho (RO), desde que dezenas de famílias foram remanejadas para hotéis, no mês de fevereiro, por conta de deslizamentos de barrancos na região. A maior parte desses animais foi deixada pelos moradores remanejados. De acordo com o Centro Municipal de Controle de Zoonoses, nos dias 28 e 29 março será executada uma ação de recolhimento dos animais para evitar a proliferação de doenças.

O morador Jorge Cunha, 56 anos, reclama dos problemas provocados pelo abandono de animais. Segundo Jorge, que é tutor de dois cães, alguns tutores se preocupam em ir ao local no final da tarde para alimentar os animais. “Quando os tutores não aparecem, a comunidade dá um jeito”, frisou. Jorge disse que os cachorros abandonados ficam grande parte do tempo nas margens do rio Madeira.

Tutora de uma gata, a moradora Diulvana da Silva sente muito pelos animais abandonados. Segundo ela, aumentou muito o número de cães e gatos. “O bairro sempre teve animais, só que depois do remanejamento das famílias, a situação piorou. Teve gente que abandonou sete gatos”, diz. E completa: “Eles precisam urgentemente de um lar, estão carentes dos tutores”.

O comerciante Gevaso Ribeiro que atualmente reside no hotel Iarupuana, lamenta a situação. Mesmo sem ter animais, ele alimenta os cães e gatos abandonados do Triângulo. “Costumo dar o resto da comida que sobra da gente para os bichinhos. Fica difícil o tutor vir deixar alimentação todos os dias por causa da dificuldade de transporte. Muitos deles ficam uivando à noite pela falta dos tutores. É uma tristeza só”, disse. Gevaso revelou que muitos cachorros estão presos dentro das casas abandonadas ficando agressivos e essa é umas das queixas da esposa de Gevaso, Maria Silva. “Tem muito briga de cachorro aqui, além disso eles muitas vezes avançam nos moradores”, contou.

Animais que não são vacinados oferecem riscos maiores

Segundo o diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Rodrigo Antônio Rolim, grande parte dos tutores não vacina os animais, o que pode aumentar a agressividade. Os acidentes também são apontados com um dos maiores riscos. Entretanto, uma das maiores preocupações é o risco de doenças. “Muito cachorros e gatos defecam nas ruas e as fezes secas misturadas com a areia podem causar complicações na saúde de crianças que brincam nesses locais”, explicou.

Conforme o diretor, na ação dos dias 28 e 29 de março, a equipe da Zoonose pretende capturar o máximo possível de cães e gatos abandonados para que diminuam os riscos de acidentes e doenças entre os moradores do Triângulo. Já os animais presos dentro das casas abandonadas ficarão sob a responsabilidade da Polícia Ambiental. O diretor explica que os interessados poderão resgatar seus animais: “Se algum tutor tiver interesse, terá que entrar em contato com o Centro. Mas é preciso que os tutores reservem um espaço físico adequado para seu animal, consultem o veterinário a cada seis meses, vacinem e higienizem a cada semana”, orientou.

Fonte: Diário da Amazônia

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