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Após caça de cães, prefeito de Santa Cruz do Arari exonera secretário de transportes

9 de junho de 2013
3 min. de leitura
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Cães foram amarrados a embarcações que seriam da prefeitura. (Foto: Reprodução/ Aragonei Bandeira)
Cães foram amarrados a embarcações que seriam da
prefeitura. (Foto: Reprodução/ Aragonei Bandeira)

O prefeito de Santa Cruz do Arari, na região do Marajó, no Pará, exonerou o secretário de transportes do município, Luiz Beltrão, do cargo. De acordo com o prefeito Marcelo Pamplona (PT), o afastamento ocorreu porque Beltrão teria permitido, sem a autorização da prefeitura, o uso de uma embarcação municipal durante a captura de cachorros no último dia 28. Moradores da cidade registraram em vídeo animais sofrendo maus-tratos e até mesmo mortos.

O afastamento de Beltrão ocorreu na última quinta-feira (6), via telefone. “Eu estava em Belém, mas liguei para a prefeitura e solicitei o afastamento imediato dele, porque vi nas imagens um barco da prefeitura sendo usado para enviar os cachorros para fora da cidade”, relatou Pamplona neste sábado (8). O prefeito alegou ainda que estava fora da cidade no dia que ocorreu a caça aos animais. “O que houve foi uma solicitação do povo. Eu nem estava na cidade. Mas ele [Beltrão] participou da ação, e ajudou a tirar os cachorros, junto com outros cidadãos”, afirmou.

No último dia 4, Pamplona admitiu que ordenou a caça aos cães, mas negou a morte dos animais. Segundo o prefeito, a medida sanitária se deu porque a superpopulação de animais de rua estava provocando sujeira na cidade e transmitindo doenças a moradores.

Neste sábado (8), Marcelo Pamplona declarou que voltou ao município de Santa Cruz do Arari e realizou uma reunião junto à comunidade. “Pessoas que estão perdendo a visão devido a doenças transmitidas por cachorros, e outras que foram atacadas por animais na rua se pronunciaram à favor de mim. Santa Cruz é um município de miséria e abandonado pelo governo. Temos um IDH baixíssimo. E não é só aqui, mas toda a região do Marajó que sofre com a pobreza e o esquecimento”, declarou.

Ainda segundo Pamplona, na segunda-feira (10), será aberta uma sindicância para apurar os responsáveis pelo caso. O Ministério Público do Estado está em Santa Cruz para a investigação, junto com a Delegacia de Meio Ambiente (Dema), que abriu inquérito sobre o caso.

Entenda o caso
A população de Santa Cruz do Arari, na Ilha do Marajó, denunciou à caça a cães instituída pelo prefeito Marcelo Pamplona (PT). Segundo os moradores, a prefeitura, no último dia 28, pagou pela caça de cães e cadelas, e os animais apreendidos teriam sido mortos.

O prefeito reconhece que fez a captura dos cães, mas nega que tenha matado os animais: segundo ele, os bichos foram levados para a zona rual do município, já que estariam causando a proliferação de doenças na cidade.

Vídeos registraram cães sendo laçados por crianças e levados até canoas, onde foram amontoados no porão da embarcação. Amarrados, os animais aparecem com diversos ferimentos. As imagens mostram ainda vários animais mortos abandonados no rio da cidade.

A Delegacia de Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, abriu inquérito, na terça-feira (4), para apurar o caso. Na quinta-feira (6), uma equipe da delegacia chegou a Santa Cruz do Arari para apurar as denúncias sobre o caso.

O Ministério Público Estadual (MPE) também instaurou inquérito civil para investigar as denúncias. No documento, assinado pela promotora Jeanne Maria Farias de Oliveira, uma análise preliminar de imagens onde os cães aparecem amarrados e alojados dentro de um barco, podem configurar crueldade com animais, conduta passível de responsabilização civil e criminal.

Fonte: G1

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