Cindy tem apenas um ano e sete meses de vida, mas já conhece as dores da negligência humana. Foi deixada à própria sorte nas ruas de São Paulo, onde aprendeu a enfrentar o frio, a fome e o medo com a resistência que só a vida imposta a um animal abandonado pode forjar.

Como milhares de cães no Brasil, Cindy foi invisibilizada. Não por falta de valor, mas por uma cultura que ainda trata animais como descartáveis — como produtos que, se não servem a um propósito imediato, são deixados para morrer.

Mas a história de Cindy começou a mudar quando, ainda filhote, encontrou abrigo temporário em uma pet shop que deixava água e ração para os animais em situação de rua. Foi ali, ao tocar a água com as patas, brincando timidamente, que ela expressou pela primeira vez algo essencial: sua vontade de viver, de confiar, de ser vista como alguém.

Ela não pediu luxo. Pediu o básico: cuidado, afeto, uma chance.

Desde então, Cindy foi acolhida por um abrigo e passou a viver em segurança. Recebeu vacinas, foi castrada e está pronta para adoção. Mesmo assim, já se passaram dez meses, e ninguém apareceu.

Todos os dias ela vê outros cães sendo escolhidos. O dela é o cantinho que permanece — como tantos outros animais que envelhecem dentro de abrigos sem jamais ter conhecido o significado de “lar”.

Cindy não é menos amável, menos doce, menos digna. Mas, aos olhos de muitos adotantes, não é “filhote o suficiente”, ou “bonita o suficiente”. Eis o reflexo de um problema maior: a objetificação animal, que transforma seres sencientes em mercadoria estética.

Ela ama passear, sentir o vento no focinho, explorar o mundo com seu olhar curioso. Tudo o que deseja é ter alguém para chamar de seu — e não no sentido de posse, mas de conexão e responsabilidade compartilhada.

Adotar é um ato de justiça, não de caridade

A história de Cindy chegou até o projeto Hypett, uma iniciativa que não apenas promove adoção responsável, mas também atua para dar visibilidade aos animais negligenciados pelo sistema.

Através de vídeos e ações nas redes sociais, o projeto ajuda a romper a bolha do esquecimento e relembrar que cada animal em abrigo é um indivíduo com uma história, uma personalidade e o direito de viver com dignidade.

Com mais de 173 mil visualizações no Instagram, a história de Cindy sensibilizou milhares de pessoas. Mas ainda falta o mais importante: um lar comprometido com os princípios dos direitos animais — onde ela possa ser cuidada, respeitada e livre de abandono para sempre.

O aplicativo Hypett e a busca por lares éticos

O Hypett é uma ferramenta brasileira que facilita a conexão entre adotantes e animais resgatados. Mais que um app de adoção, ele funciona como um elo entre quem deseja acolher um animal e quem luta para tirá-los do ciclo de sofrimento e invisibilidade.

O aplicativo oferece filtros de busca, perfis detalhados e comunicação direta com os responsáveis pela adoção — tudo pensado para promover um processo consciente, ético e duradouro.

Além disso, o Hypett organiza ações que reforçam o vínculo entre humanos e animais, como o projeto AUmastê, que une adoção e bem-estar por meio de práticas como yoga ao ar livre, com a presença dos cães resgatados.

Muito além de Cindy: um chamado coletivo

O caso de Cindy não é exceção — é regra. Milhares de cães e gatos seguem esquecidos em abrigos ou nas ruas, enquanto campanhas por raças “da moda” dominam os holofotes. Enquanto isso, seres como Cindy esperam, silenciosamente, pela chance de existir com dignidade.

Adotar é mais do que um gesto bonito: é um ato político e ético, que confronta uma lógica de exploração e reafirma que nenhum ser vivo deveria ser descartado.

Se você está em São Paulo, conheça o projeto, baixe o aplicativo e dê a Cindy — ou a qualquer outro animal invisibilizado — o lar justo que ela merece.

Para saber mais: www.hyppet.com
📱 Disponível para Android e iOS