Nas rodovias que cortam o Brasil, é muito comum encontrar animais silvestres atropelados. Alguns, de espécies ameaçadas de extinção. Para diminuir esse perigo, tanto pros animais quanto para as pessoas que usam as estradas, existem pesquisas em andamento.
A paisagem vista da janela é linda. Mas no acostamento, uma tragédia ambiental. Lobos, tamanduás, onças mortas. Em um ano, os cientistas do Instituto de Pesquisas Ecológicas trechos na BR-262, BR-267 e BR-163 em Mato Grosso do Sul. Encontraram 1.152 animais atropelados.
“Além da perda da vida do animal que tem consequência para a biodiversidade tem também perdas humanas, pessoas que podem vir a óbito nesses acidentes”, afirma Patrícia Médice, engenheira florestal.
“O motorista perde o controle do veículo ou tenta evitar um acidente de maior proporção e acaba perdendo o controle do veículo saindo da pista”, explica o inspetor José Mariano Filho, Polícia Rodoviária Federal.
A BR-262 e a BR-163 são as duas rodovias com maior índice de atropelamentos de animais silvestres. Um perigo também para quem dirige. Do ano passado até agora, só nos trechos em Mato Grosso do Sul, já foram 116 feridos em acidentes provocados por atropelamentos de animais silvestres. Nove pessoas morreram.
Quem passa nas estradas pode ajudar. Os pesquisadores criaram um aplicativo para celular e qualquer pessoa pode fotografar um animal morto e mandar para o banco de dados.
“Nós trabalhamos em pequena escala tentando resolver o problema local indicando aonde botar uma medida de mitigação, aonde botar um túnel, aonde botar uma proteção e trabalhamos em macro escala interferindo em políticas públicas. Onde pode aprimorar a implantação de rodovias para reduzir esses impactos tanto pra biodiversidade quanto para o aspecto social e econômico”, diz Alex Barger, pesquisador – Universidade Federal de Lavras, MG.
No projeto de duplicação da BR-163, por onde passam sete mil veículos por dia, além de radares haverá caminhos como túneis e pontes para os animais.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, redutores de velocidade na BR-262 diminuíram quase à metade o número de acidentes.
Em Teodoro Sampaio, interior de São Paulo, nessa rodovia morriam seis antas por ano. Os pesquisadores indicaram onde instalar radares para reduzir a velocidade. Agora, morre uma a cada três anos e os acidentes diminuíram nessa proporção.
Fonte: G1