Por Geuza Leitão
O homem moderno tem se distanciado cada vez mais da natureza e não se apercebe que cada ser vivente tem sua função no ecossistema e toda agressão ao meio ambiente atenta contra ele próprio. Os movimentos em defesa da natureza remontam a tempos longínquos. O próprio Jesus Cristo, como atestam os Sagrados Evangelhos, era grande amigo da natureza e costumava fazer dos ermos e das montanhas os seus santuários prediletos. Do meio da inquietude e profanação da época, chamava Jesus a atenção do homem para a grande paz da natureza: “Não vos inquieteis pelo que havereis de comer, beber, ou vestir!… Olhai as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem colhem – o Pai celeste é que lhes dá de comer… Olhai os lírios do campo como crescem; não trabalham nem fiam, e, no entanto, digo-vos eu que nem Salomão em toda sua glória se vestiu jamais como um deles”.
O contato com a natureza, o conhecimento da sua admirável ordem e harmonia, predispõe-nos para uma melhor e mais profunda compreensão da vida. Contudo, quando ambientalistas se referem à proteção ao meio ambiente, a fauna fica esquecida como se não fizesse parte do contexto, não obstante o Art. 225, § 1º, VII da Constituição Federal determinar ser dever do poder público e da coletividade proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
Não fez distinção entre as espécies, mas os animais silvestres, que são considerados bens da União, merecem mais atenção dos órgãos ambientalistas. Quando se trata de animais domésticos, estes são e sempre foram tratados como instrumento para uso do ser humano, que deles tiram proveito e depois os descartam como se fossem meros objetos. A despeito disso, nosso trabalho como ecologistas está voltado, mais especificamente, para a proteção dos animais abandonados, explorados, torturados. É verdade que todo animal padece de sofrimento e dor, mas os animais domésticos são os que mais sofrem, em face da insensatez e maldade humanas.
Fonte: Diário do Nordeste