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Ao devolver cachorro sumido, homem reencontra amigo e poodle ganha um "novo tutor"

13 de agosto de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Na casa de Sérgio, o cachorro poodle chama “Floquinho”, sob os cuidados de Rubens, “John John” e nessa o cãozinho atende pelos dois nomes. Depois de ficar desaparecido por 24 dias, foi ele quem promoveu o reencontro entre amigos de longa data que não se viam há mais de 20 anos e de quebra, acabou “compartilhado”.
Sérgio Gonçalves é o tutor original. O cachorro chegou até a casa dele, no Jardim Batistão, com 40 dias de vida como presente para a filha, três anos atrás. No início do segundo semestre de 2014, num descuido, Floquinho fugiu com outros cachorros da rua e não voltou mais. O tutor então percorreu o bairro todo e mandou imprimir 300 cartazes para colar a foto dele e os telefones de contato em toda vizinhança.
“O que a gente não faz por um filho? Ainda mais se é procurar um cachorrinho?”, comenta o funcionário público, de 37 anos. Os compartilhamentos também correram pelas redes sociais. O que mantinha a esperança da família era de que o cãozinho estava bem cuidado. “Eu tinha certeza que alguém tinha encontrado ele, porque onde eu moro tem uma avenida bem próxima, se ele tivesse sido atropelado, alguém teria relatado”, descreve.
Até que no 24º dia de buscas, o celular de Sérgio tocou. A família estava no Paraná e do outro lado, ouviu de Rubens, a certeza de que Floquinho estava bem. “Ele me disse: ‘olha, eu vi o cartaz de um poodle e eu achei um cachorro com as mesmas características que ele…” Os dois conversaram por minutos e a prova real foi tirada a partir de uma peculiaridade de Floquinho. Perto do rabinho, o cachorro tinha uma diferença de pelo.
“De cara ele me disse que não tinha a intenção de ficar com ele, que era de criança e que entendia a dor”, recorda. A família toda se emocionou e mal via a hora de retornar a Campo Grande.
Na manhã seguinte, Rubens pegou as indicações de como chegar até Sérgio. E a surpresa foi quando ele desceu do carro. “Quando ele veio, eu reconheci. ‘Cara, não acredito, é você Rubens?’ Era meu amigo de infância”, conta o tutor.
Floquinho foi parar na casa da mãe de Rubens, no bairro Rancho Alegre, numa distância de 5 quilômetros. E foi ele quem fez a reaproximação dos dois. “Você acredita nisso? Eu não via ele há mais de 20 anos… É coisa de Deus que botou o animal na mão de uma pessoa boa, conhecida”.
Guarda compartilhada – Os 24 dias foram suficientes para Floquinho ganhar amor e outro nome na nova casa. Até na hora de se despedir, o cão não deu muita atenção para o dtutor original. Quando o poodle foi morar com a família original, o imóvel que eles tinham era maior. Esse de agora mal tinha quintal para o animal brincar. Com o contato retomado, Rubens e Sérgio voltaram a ser amigos como quando dividiram o mesmo bairro na adolescência.
Pensando no bem estar do animal, Sérgio conversou em casa e sugeriu a Rubens que dividissem os cuidados. A parte financeira ficaria a cargo dele. E de Rubens, a atenção e os cuidados diários no quintal enorme e gramado. A ideia surgiu três meses depois que o cão voltou para casa. “Aí eu fiz essa proposta: você fica com ele na sua casa, eu entro com toda assistência e aos finais de semana você franqueia a entrada na sua casa para a gente. Ele adorou”, conta.
A cada 15 dias, Floquinho vai para casa de Sérgio e passa todo final de semana. A guarda não tem dia definido e nem está estipulada no papel, vai da confiança dos velhos amigos num acordo de cavalheiros. Como John John, o poodle foi muito bem tratado na casa do estudante de Direito, Rubens Queiroz, de 44 anos. Para a esposa e os amigos, ele reforçava que o cachorro não era dele, para já ir trabalhando o lado sentimental, caso ocorresse uma despedida.
Entre olhadas nas redes sociais e atenção para os cartazes, ao entrar na borracharia do bairro é que Rubens reconheceu o “procura-se” e de imediato ligou para os tutores. “E foi uma coisa divina, o Sérgio ama esse cachorro de uma forma transcendental”, descreve.
Sobre a guarda compartilhada, Rubens define como algo “contemporâneo” e normal para si. “É bem atual isso, não é? E para mim? É lindo”.
O cachorro atende pelos dois nomes. O teste já foi feito pelos tutores. E quem conhece a história, acha uma comédia.
Fonte: Campo Grande News

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