Em dois anos, 260 animais foram atropelados em estradas da região. É o que aponta um levantamento, feito pela bióloga Fernanda Abra, do Instituto Ambiental Vidágua. A contagem, que leva em consideração apenas as rodovias SP-225 e SP-370, nos trechos compreendidos entre os municípios de Brotas e Itirapina, em SP, no biênio 2005-2006.
“Nesse tempo, foram mortos em atropelamentos 11 lobos-guarás, o que representa uma perda anual de 12% na população da espécie na região. Uma perda incalculável para a região”, lamenta.
Na tentativa de iniciar uma mudança nesse quadro, Fernanda ministrou ontem uma palestra, no auditório da subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o tema “Ecologia de Estradas: a experiência Brasil-Portugal”. Durante o evento, que fez parte da agenda da Semana Integrada do Meio Ambiente, relatou o aprendizado que teve sobre políticas de proteção tanto a animais como a usuários das estradas que cortam áreas de fauna na Europa.
Segundo ela, no Brasil quase não há iniciativa nesse cunho e o pouco que existe, aponta a bióloga do Instituto Vidágua, é praticamente inócuo. Conforme ela, Ibama e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsáveis pela regulamentação da construção ou modificações de rodovias que cruzam áreas de fauna, carecem de melhor definição sobre medidas protecionistas.
“A realidade brasileira é deficiente sobre ecologia de estradas. Os poucos estudos que existem se restrigem a falar quantos são (os animais mortos)”, observa.
Fonte: Jornal de Bauru