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JUSTIÇA

Antigos responsáveis por Scooby, cachorro resgatado com 3 kg de pelo, pagarão R$ 20 mil a entidades de proteção animal

Sob cuidados amorosos de uma ativista, o cãozinho tem sequelas, mas já demonstra melhoras na saúde e recebe todo o carinho que merecido.

8 de junho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Os antigos tutores de Scooby, cachorro resgatado com três quilos de pelos em março deste ano em Fortaleza (CE), chegaram a um acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) para evitar a continuidade de uma ação criminal. O casal, ambos de 47 anos, se comprometeu a pagar o equivalente a seis salários-mínimos cada, somando quase R$ 20 mil, a entidades de proteção animal da capital cearense.

O acordo de não persecução penal, firmado pela 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, também inclui a renúncia definitiva da guarda do animal. Segundo o promotor Marcus Amorim, a medida está prevista na legislação vigente desde 2020, que estabelece penas mais rígidas para crimes contra cães e gatos, incluindo prisão de dois a cinco anos, multa e perda do direito à manter animais.

O resgate de Scooby

O poodle, de 14 anos, foi encontrado no dia 27 de março após denúncias de vizinhos. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e a Sociedade Protetora Ambiental do Ceará (SPA/CE) realizaram o resgate. A tutora foi presa em flagrante por maus-tratos, enquanto o cão, em estado crítico, foi encaminhado à ONG Anjos da Proteção Animal (APA).

Exames veterinários revelaram que Scooby sofria de anemia severa, miíase (infestação por larvas), nódulos de sangue na pele e outras complicações. Ele foi encontrado preso em um corredor, sem acesso a água ou comida, com cerca de três quilos de pelos sujos e empastados, o que dificultava seus movimentos.

Durante o tratamento, Scooby passou por um delicado processo de tosa, feito manualmente com tesouras devido ao estado de seus pelos. O procedimento, realizado sob anestesia, foi dividido em etapas para evitar maiores danos à sua pele já lesionada.

Atualmente, o cão está sob os cuidados da ativista Stefani Rodrigues, sua nova tutora. Em entrevista à CNN, ela afirmou que, apesar da idade avançada e das sequelas, Scooby está se adaptando bem.

“Por conta da idade, a visão dele está afetada. Mas estamos controlando com colírio antibiótico. Fora isso, ele está ótimo. Ainda magrinho e sem muitas forças nas perninhas. Mas ele está bem! Um xodózinho”, relatou Stefani.

O caso mostra a importância da denúncia contra maus-tratos e a atuação de órgãos de proteção animal, que garantem a responsabilização dos envolvidos e o acolhimento adequado das vítimas.

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