“A semente defecada pela anta foi exposta a uma sequência de macerações composta pela mastigação e pelos movimentos do trato intestinal, que ajudam a quebrar a dormência da semente e a romper as barreiras físicas entre a casca e o embrião”, explica Mateus Pires, um dos autores do estudo.
Para o pesquisador, os resultados mostram que a conservação das antas é importante para acelerar a recuperação de florestas degradadas no Brasil. Entretanto, a espécie está classificada como vulnerável na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, atualizada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022.
As sementes tratadas pelo processo de escarificação germinaram mais rapidamente e com maior taxa de sucesso do que as excretadas pelas antas, possivelmente por causa de efeitos negativos de enzimas e microrganismos no trato digestivo dos animais, segundo o artigo.
Apesar disso, a aceleração na germinação das sementes que passam pelo organismo das antas continua a trazer benefícios, já que é improvável que a técnica manual seja viável para a maioria das espécies de plantas, ponderam os autores.
A pesquisa teve autoria principal da bióloga Lucinere Pinto, sob orientação de Eduardo Périco, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates.
Fonte: Folha de S.Paulo