(da Redação)
O assassinato brutal e desnecessário do conhecido leão Cecil, pelo dentista Walter Palmer do estado norte-americano do Minnesota, foi divulgado ao redor do mundo, causando a ira de ativistas e pessoas solidárias. Ainda mais alarmante do que esse episódio é o fato de que muitos outros turistas norte-americanos cometem atrocidades similares, só pela diversão. As informações são do site The Dodo.
A organização International Union for the Conservation of Nature estima que 600 leões são mortos anualmente para fim de “esporte”, e cerca de 64% deles são assassinados por norte-americanos que se dedicam à prática usualmente.
Uma simples busca no Google revela que existem centenas de sites que oferecem aos turistas norte-americanos a oportunidade de fazer “safáris” em que é permitido assassinar grandes felinos. Essas páginas estão recheados de fotos de turistas junto aos animais que brutalmente mataram.
As vidas dos animais são apresentadas por essas empresas como se pertencessem ao menu de um restaurante, com o preço diário das caçadas e o “valor” de cada assassinato: babuíno, 300 dólares. Girafa, 5500 dólares. Leoa, 8990 dólares. Leão, 26 mil dólares.
Não é barato assassinar esses icônicos animais, mas, aparentemente, há uma multidão de turistas dispostos a fazê-lo.
Essas expedições não costumam demandar nenhum conhecimento ou habilidade dos “caçadores”, já que a maior parte envolve animais que foram criados em cativeiro por seres humanos com o único propósito de serem assassinados algum dia. São as famosas canned hunts, “caças enlatadas”, em que o animal é mantido num pequeno perímetro, para facilitar a sádica diversão do turista.
Os operadores desses “safáris” afirmam que a prática ajuda a financiar projetos de conservação e que beneficia comunidades locais, mas os defensores de animais sabem que essas afirmações são falaciosas. As populações de leões vêm diminuindo drasticamente nas regiões onde existe a prática, tendendo à extinção da espécie. Nos últimos 21 anos, a população total de leões foi reduzida em 42%.
A maior parte dos turistas que se envolve na atividade são colecionadores de “troféus de caça”. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos considera proibir a importação desses “troféus” para o país, numa tentativa de reduzir o apelo da atividade para os turistas que visitam a África.
Que a morte de Cecil sirva para lembrar dessas atrocidades que ocorrem diariamente por conta do interesse perverso de turistas norte-americanos nesse “passatempo” bárbaro e vergonhoso.