O ano de 2024 entrou para a história como o mais quente registrado no Brasil desde 1961, início da série histórica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), de acordo com boletim divulgado na última semana. A média das temperaturas no ano passado ficou em 25,02°C, sendo 0,79°C acima da média histórica de 1991/2020, que é de 24,23°C.
Em 2023, a média anual registrada foi de 24,92°C, ficando 0,69°C acima da média histórica, segundo o monitoramento brasileiro.
O instituto publicou gráficos que ajudam a visualizar o histórico de temperaturas no Brasil. Os anos destacados estavam sob influência do fenômeno El Niño, com intensidade de forte a muito forte, assim como em 2023 e os primeiros meses de 2024.
Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2024, o Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, algo que o instituto afirma poder estar associado à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais.
Ano de fogo extremo
O Brasil encerrou 2024 com 278.229 focos de incêndio, o maior número registrado em 14 anos, segundo o programa BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O aumento foi de 46% em relação a 2023, quando foram registrados 189.891 focos.
O bioma mais atingido foi a Amazônia, com 140.328 focos, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, e o maior índice desde 2007. O Cerrado contabilizou 81.432 registros, um incremento de 60%, enquanto o Pantanal sofreu uma alta de 120%, alcançando 14.498 focos, o maior número desde 2020.
Os incêndios foram agravados pela seca histórica de 2024, intensificada pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas, registrando os piores índices em mais de 73 anos no Pantanal e em 40 anos na Amazônia.
A área queimada no Brasil de janeiro a novembro de 2024 quase dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Monitor do Fogo, elaborado pela rede MapBiomas. Segundo o levantamento, foram queimados no período 29,7 milhões de hectares, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023 e a maior extensão em seis anos. A diferença em relação a 2023 é de 14 milhões de hectares a mais, uma área equivalente ao estado do Amapá.
Fonte: Um Só Planeta